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Reatividade Neurovascular e Hemodinâmica durante Estresse Mental e Exercício em Pacientes Sobreviventes de COVID-19 Severa: Um Estudo de Sequelas Cardiovasculares de Médio Prazo

Diego Faria, Bruna Ono, João Izaias, Artur Sales, Thais Rodrigues, Maria Irigoyen, Fernanda Colombo, Allan Sales
ID'or - RJ - RJ - Brasil, ID'or - SP - SP - Brasil, InCor - SP - SP - Brasil

Introdução: Recentemente nós mostramos que pacientes sobreviventes de COVID-19 severa apresentam hiperativação neural simpática, disfunção endotélio-dependente e enrijecimento arterial aórtico. Contudo, a reatividade neurovascular durante estímulos simpatoexcitatórios de ativação predominantemente central ou periférico, é completamente desconhecida.

Métodos: Quinze sobreviventes de COVID-19 severa (46±3 anos) e quinze indivíduos controles (44±2 anos) bem pareados foram arrolados para o estudo. Atividade nervosa simpática muscular (ANSM) foi mensurada de forma direta no nervo fibular por microneurografia, fluxo sanguíneo muscular do antebraço (FSMA) e condutância vascular do antebraço (CVA) por pletismografia de oclusão venosa, pressão arterial (PA), batimento-batimento, por Finometer e frequência cardíaca (FC) por eletrocardiograma. Para avaliar a reatividade neurovascular durante ativação central, os pacientes foram submetidos a um teste de estresse mental (stroop color) realizado por três minutos. A reatividade neurovascular durante ativação periférica (mecanorreceptores e metaborreceptores) foi avaliada durante 3 min de exercício isométrico de preensão manual (30% da contração voluntária máxima).

Resultados: Durante o estresse mental as respostas de ANSM (frequência e incidência) foram 65% e 128%, respectivamente, maiores nos sobreviventes de COVID-19 do que nos controles (p0.05). Por outo lado, durante o exercício de preensão manual as respostas de ANSM (frequência e incidência), FSMA, CVA, PA e FC não foram diferentes entre os grupos (p>0.05 para todas as variáveis).

Conclusão: Nossos achados revelaram que sobreviventes de COVID-19 comparado com controles têm exacerbada ANSM e atenuado FSMA durante ativação central (estresse mental), mas não durante ativação periférica (exercício de preensão manual). Portanto, a ativação do comando central parece explicar, pelo menos em parte, as alterações no controle neurovascular em sobreviventes de COVID-19 severa.

Palavras-chaves: Atividade nervosa simpática, fluxo sanguíneo muscular, pressão arterial, estresse mental e exercício.

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