Introdução: O acometimento metastático do pericárdico apresenta elevada morbimortalidade a curto e longo prazo destacando-se o tamponamento cardíaco como emergência clínica.
Este trabalho relata o caso de paciente com antecedente de câncer de pulmão e derrame pericárdico neoplásico.
O pericárdio sempre deve ser lembrado na avaliação de metástase
Descrição: Homem 66 anos com antecedente de câncer de pulmão (pneumectomia 2015) e quimioterapia ingressou no pronto socorro por quadro de dispneia há 2 meses e piora nos últimos 10 dias.
Após avaliação clinica, ecocardiograma e tomografia de tórax foi feito o diagnóstico de tamponamento cardíaco.
O paciente foi submetido a janela pericárdica com drenagem de 750ml de líquido serosanguinolento. Na biópsia pericárdica foi constatado carcinoma metastático
Evoluiu com melhora da dispneia, sem necessidade de oxigênio suplementar, tolerando esforços de moderada intensidade
Recebeu alta hospitalar com acompanhamento multidisciplinar (Pneumologista-Cardiologista-Oncologista)
Discussão: Os tumores primários do pericárdio são infrequentes. A maior incidência de acometimento pericárdico é metastática, destacando-se os carcinomas primários de pulmão, mama, e doenças hematológicas.
Nos derrames volumosos (>500ml) deve-se considerar a etiologia neoplásica como umas das principais hipóteses diagnósticas.
A presença de derrame pericárdico maligno em pacientes com câncer de pulmão está associada a pior prognóstico e menor sobrevida em comparação a pacientes com outros tipos de câncer
A citologia é padrão ouro para o diagnóstico apresentando maior sensibilidade (70-90%) especificidade (100%) e menor taxa de falso negativo (7-14%) quando comparado à biopsia pericárdica
A associação de janela pericárdica e quimioterapia é a terapia de escolha para prevenção de decorrências em derrames malignos
Colaboradores: Talita Costa Chagas, Cleide Kempner, Marcos Antônio Geller Diagnóstico por Imagem Joinville- SC