Introdução: O conceito de síndrome coronária aguda (SCA) com supra ST transitório pode ser definida como casos em que o paciente tem resolução espontânea dos sintomas e das alterações eletrocardiográficas antes do início da terapia de reperfusão”.
Relato de caso: paciente do sexo masculino, 53 anos, hipertensão arterial leve, pós operatório tardio de prótese valvar aórtica metálica, internado por quadro de hematoma em glúteo direito pós trauma, sendo submetido a drenagem cirúrgica. No 1° dia de pós operatório apresentou quadro de crise convulsiva, sendo observado na monitorização alteração no padrão eletrocardiográfico. Registrado eletrocardiograma (ECG), com supradesnivelamento do segmento ST em parede inferior e bloqueio de ramo direito (BRD). Após resolução da crise convulsiva, realizado novo ECG com desaparecimento da alteração em segmento ST e do padrão de BRD. Realizado Ecocardiograma, com fração de ejeção preservada e sem alteração da contratilidade segmentar. Optado por realizar estratificação invasiva em menos de 24 hs, com cineangiocoronariografia demonstrando lesão de 70% em tortuoso final do terço médio da artéria coronária direita (ACD), sendo submetido a angioplastia com stent farmacológico em ACD.
Discussão: A incidência desta entidade pode variar na literatura entre 5 a 25% dos casos gerais de SCA com supra ST. Análises tem demonstrado que SCA com supra ST transitório é uma entidade clínica associada a menor dano ao miocárdio e melhores resultados tardios, comparado com pacientes com supra ST persistente, possivelmente relacionados à melhor atividade fibrinolítica.