Introdução: A qualidade do sono tem sido considerada nas últimas pesquisas como um preditor para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, onde em alguns estudos a piora na qualidade do sono tem sido associado com maior gravidade nos pacientes com doenças coronarianas pelo aumento nos níveis tensionais da pressão arterial, maior nível lipídico e glicêmico e maiores níveis de estresse e ansiedade. Objetivo: Avaliar a prevalência de distúrbios do sono e os fatores associados a qualidade do sono em pacientes com Síndrome Coronariana Aguda. Método: Estudo transversal realizado na Unidade de Cardiologia de um público universitário com pacientes hospitalizados por Síndrome Coronariana Aguda (SCA) maiores de 18 anos. Foi coletado dados sociodemográficos e clínicos e a qualidade do sono foi mensurado pelo Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh onde pacientes com escores superior a cinco pontos foram classificados como maus dormidores. Testes estatísticos de associação foram realizados, sendo considerado um valor p< 0,05 como significativo. O estudo foi aprovado no CEP da Universidade antes da realização da coleta de dados. Resultados: Foram incluídos 96 pacientes, sendo a maioria do sexo masculino, casados e com idade média de 63 anos, sendo as comorbidades mais prevalentes a hipertensão arterial sistêmica, a dislipidemia e o diabetes. Foi identificado que 92% dos pacientes eram maus dormidores com piores escores nos domínios de qualidade subjetiva do sono, latência do sono, duração do sono, eficiência do sono e sonolência diurna e disfunção diurna (p<0,05). A qualidade do sono foi associada com a idade (r -0,223; p. 0,02), e o menor número de artérias com obstruções coronariana acima de 70% (r -0,23; p. 0,02). Conclusão: A maioria dos pacientes com SCA eram maus dormidores. Intervenções não farmacológicas para promoção do sono devem ser realizadas nesta população associado a intervenções educativas para adoção de um estilo saudável com o intuito de reduzir o risco de novos eventos agudos coronarianos.