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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

O AUMENTO DA PROPORÇÃO DE GORDURA VISCERAL EM RELAÇÃO À GORDURA ANDROIDE É FORTEMENTE ASSOCIADO AO ESCORE DE CÁLCIO ALTERADO E MELHORA A ESTIMATIVA DE RISCO CARDIOVASCULAR OBTIDA POR ALGORITMO TRADICIONAL EM VOLUNTÁRIOS COM DIABETES TIPO 2

Ikaro Breder, Luchiari, B. , Wolf V., Barreto Antunes, J, Kimura-Medorima S. , Guerra-Junior, G., Coelho Filho, O.R., Nadruz, W., Carvalho, L.S., Sposito, A.C.
FACULDADE DE CIENCIAS MÉDICAS – UNICAMP - - SP - BRASIL

INTRODUÇÃO

No Diabetes Tipo 2 (DM2), apesar do aumento da proporção de Gordura Visceral se relacionar à carga aterosclerótica, as calculadoras de risco cardiovascular não a consideram em suas estimativas.

OBJETIVO

Avaliar se a razão (Gordura Visceral/Gordura Androide) (GV/GA) auxiliaria a calculadora de risco cardiovascular ASCVD na identificação de pacientes de maior carga aterosclerótica (CAC=0 ou CAC>0).

MÉTODOS

Dados da coorte Brazilian Diabetes Study (CAAE: 89525518.8.1001.5404). Somente voluntários em prevenção primária foram incluídos.

Os pacientes foram submetidos ao exame Dual-Energy X-ray absorptiometry (DXA) para quantificação de GV/GA, e ao exame tomográfico de artérias coronárias para detecção do escore de cálcio (Agatston). O cálculo ASCVD foi utilizado para estimar o risco cardiovascular.

Os dados estão apresentados como média e 95%IC, para distribuição normal, e mediana [Intervalo Interquartil (IQR)], para dados de distribuição não-normal. O Odds Ratio foi obtido por meio da regressão logística binária.

Comparamos os resultados de GV/GA e ASCVD, por meio dos métodos Venkatraman e Delong, que avaliam a sobreposição das curvas ROC geradas e se há diferença estatística entre elas.

Analisamos se a adição da variável GV/GA incrementaria no ASCVD, por meio de uma análise de reclassificação (Net Reclassification Index - NRI). P-valores 0,05 foram considerados estatisticamente significativos.

RESULTADOS

Foram avaliados 314 voluntários, dos quais 89 apresentaram CAC=0. Pacientes com CAC>0 tinham maior idade [52,67(10,63) vs 61,35(11,13), p=0,002], predomínio do sexo masculino (31 vs 131, p<0,0001), GV/GA [0,52 (0,50-0,56) vs 0,67 (0,65-0,73)], Triglicérides [127,5(91) vs 206(126), p=0,048], HOMA-IR [5,29(4,9) vs 6,45(6,14), p=0,025], HbA1c [6,75(1,2) vs 7,9(2,1), p=0,003], ASCVD [8,8(11,15) vs 17,9(19,1), p<0,001] e menor HDL-c[45(12) vs 37,5(16), p=0,037]. GV/GA permaneceu fortemente relacionada a CAC após a análise multivariada (OR 29,07, IC 95% 3,96-213,25, p=0,001).

Não houve diferença significativa entre variáveis GV/GA e ASCVD, quanto à curva ROC para identificação de pacientes com CAC alterado. A adição de GV/GA ao modelo ASCVD, melhorou significativamente o modelo e a classificação do risco cardiovascular (NRI = 0,36, IC 95% 0,07-0,62, p=0,007).

CONCLUSÃO

A variável GV/GA tem alta correlação com a carga aterosclerótica e traz importante incremento na avaliação do risco cardiovascular em pacientes com DM2.

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