Título
Implante de Marcapasso transcateter de câmara única miniaturizado - relato de caso.
Introdução
Portadores de dispositivos cardíacos implantáveis com quadro febril de etiologia indeterminada devem ser submetidos à investigação para Endocardite Infecciosa. Relatamos um caso dessa complicação solucionado com implante de dispositivo inovador sem eletrodos: o Micra, um dos primeiros no Brasil.
Discussão
Paciente E.F., masculino, 80 anos, hipertenso, com fibrilação atrial permanente, insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida, histórico de infarto agudo do miocárdio com cirurgia de revascularização, submetido a angioplastia coronária e à substituição de válvula aórtica por prótese biológica.
Em maio de 2022, paciente foi submetido à implante de cardiodesfibrilador e ressincronizador cardíaco. Após um mês, apresentou queda do estado geral, diagnosticado com pneumonia. Sem melhora clínica, foi internado e iniciou investigação para Endocardite Infecciosa. Inicialmente, Ecocardiograma não identificou vegetações, mas, hemocultura positivou para Staphylococcus epidermids. PET-CT demonstrou captação em cabo do aparelho. Dessa forma, paciente foi submetido à remoção do dispositivo e implantação de marcapasso transvenoso provisório em veia jugular direita, recebeu alta pela melhora clínica com terapia antimicrobiana. Após tratamento, foi sugerido retirar dispositivo provisório e implantar, via cateterismo, dispositivo sem fios no ventrículo direito: o Micra.
Em 12 de setembro de 2022, realizou procedimento sem intercorrências, tornando-se um dos primeiros casos de implante de Micra no Brasil.
Revisão bibliográfica
Endocardite Infecciosa, uma patologia de grave prognostico e alta mortalidade, devido aos sintomas inespecíficos que dificultam o diagnóstico e tratamento. Os cabos dos dispositivos convencionais são as principais fontes para tal condição. Sendo assim, marcapassos sem eletrodos foram desenvolvidos a fim de reduzir taxa de complicações; comercializados como Micra.