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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Doença de Fabry mimetizando Cardiomiopatia Hipertrófica Apical: Como chegar ao diagnóstico correto?

RALLYSON DE OLIVEIRA GONÇALVES, Vanessa Simioni Faria, Ana Flavia Diez de Andrade, Pedro Sergio Soares Jallad, Karen Katchvartanian, Bárbara Ordones Baptista de Oliveira Costa, Luciano Nastari, Fabio Fernandes
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: Pacientes com hipertrofia ventricular esquerda (HVE) podem se manifestar clinicamente com Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Preservada (ICFEP), e o diagnóstico diferencial deve englobar a doença cardíaca hipertensiva, doenças de Depósito e a Cardiomiopatia Hipertrófica (CMH). Diante da carência de terapia com modificação em sobrevida na ICFEP, torna-se fundamental a pesquisa da etiologia da HVE com o objetivo de um tratamento específico. Até 5% dos pacientes com diagnóstico de CMH possuem, na realidade, Doença de Fabry (DF). Isso se dá fundamentalmente, pela semelhança no quadro clínico e em exames de imagem. A DF é uma condição genética, ligada ao cromossomo X, que acarreta deficiência parcial ou total da enzima alfa-galactosidase. Como consequência, de forma progressiva, há depósito de glicolipídeo globotriaosilceramida no endotélio cardíaco e de órgãos como rins e sistema nervoso central e periférico. Manifestações clínicas iniciam-se na primeira década de vida, com dor neuropática, hipoidrose, angioqueratomas, distúrbios cócleo-vestibulares e gastrointestinais. Após a segunda década, acometimento cardíaco, vascular e renal são comuns. Relato de caso: Paciente, 29 anos, masculino, sem comorbidades conhecidas e/ou história familiar de morte súbita precoce, encaminhado ao serviço por queixa de precordialgia atípica, com alteração em eletrocardiograma evidenciando inversão de onda T em derivações V3-V4-V5-V6. Em Ecocardiograma, a presença de HVE assimétrica em região apical (espessura de 17mm) tornou provável a hipótese de CMH. Em seguimento, aumento progressivo em espessura miocárdica até 21mm, além de presença de realce tardio mesocárdico multifocal com fibrose estimada de 18% em ressonância cardíaca. Após 8 anos, realizado teste genético que evidenciou variante no gene GLA. Dosagem da atividade de alfa-galactosidase, apresentou valor de atividade de 0.21 mcmol/L/h (valor de referência: acima de 1,68 mcmol/L/h). Ao exame físico, presença de angioqueratoma em região de abdome, corroborando a hipótese de DF. Conclusão: Em pacientes com ICFEP e HVE, excluir doença Hipertensiva, em seguida, o diagnóstico diferencial se dá a partir de doenças infiltrativas que simulam a CMH. No caso elucidado, o achado de HVE, em paciente jovem e sem outros achados sistêmicos, tornou provável a hipótese de CMH. Conforme a revisão da história clínica e exame físico, realizado teste genético, além da dosagem enzimática da alfa galactosidase. Com a confirmação de DF, tem-se a modificação na conduta frente a possibilidade da reposição enzimática. 

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