Introdução:A síndrome coronária crônica (SCC) é a principal causa de morte nas mulheres e sua gravidade está relacionada com os fatores de risco (FR). A sua progressão é mais significativa com o aumento do número de métricas não saudáveis (MnS), porém não se sabe se o aumento do número de MnS está associado à maior intensidade dos FR. O objetivo deste estudo foi analisar se a intensidade dos fatores de risco é alterada com o aumento do número das MnS em mulheres pós menopausa.
Métodos: Estudo transversal analisou 466 mulheres na pós menopausa com SCC em atendimento ambulatorial,diagnosticadas por cateterismo cardíaco com lesões coronárias >70%.Foram analisadas as MnS: sedentarismo, sobrepeso ou obesidade (IMC ≥ 24.9kg/m²), hipertensão (PAS ≥ 140 e PAD ≥ 90 mmHg), tabagismo, LDL-c ≥ 50mg/dL, glicose de jejum ≥126 mg/dL; os valores do IMC, creatinina, perfil lipídico e glicose para os respectivos números de MnS. A prevalência das MnS foi categorizada em 4 grupos: 1 (presença de 1 ou 2 MnS); 2 (3 MnS); 3 (4 MnS) e 4 (5 ou 6 MnS).
A tabela apresenta as variações da média e desvio padrão dos parâmetros metabólicos. A média de idade foi semelhante em todos os grupos. Observou-se que o aumento do número de MnS associou-se com uma aumento da intensidade do TG, CT, LDL-C e GJ. Associação inversa foi observada para HDL-c. A população do estudo não possuía alimentação adequada conforme o padrão DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension). Os valores de IMC e creatinina, apesar de não terem sido estatisticamente significativos, também mostraram aumento com o maior número de MnS.
Conclusão: O aumento do número de métricas não saudáveis associou-se à maior intensidade dos fatores de risco da SCC, especialmente o perfil lipídico e glicídico, longe das metas propostas pelas diretrizes atuais.