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O Desafio da Insuficiência Aórtica Por Válvula Aórtica Quadricúspide

Luíza de Pinho Coelho, Julianna Fonseca Marcelino Queres, Bruna Ila Bethlem Telles, Luis Felipe De Camillis Dos Santos
Instituto Nacional de Cardiologia - Rio de Janeiro - RJ - Brasil

Introdução: A válvula aórtica quadricúspide (VAQ) é uma rara anomalia congênita, frequentemente associada à regurgitação aórtica (RA), sendo o desenvolvimento da lesão estenótica menos frequente. O diagnóstico ocorre majoritariamente de forma acidental ou após a quinta década de vida, quando surgem os sintomas de RA. A regurgitação progressiva pode ser explicada pela distribuição desigual de estresse causada pela cúspide acessória, com coaptação anormal das cúspides e deterioração da válvula. O objetivo deste trabalho é compartilhar um caso de VAQ em uma paciente assintomática com RA moderada a grave e discutir o acompanhamento clínico e manejo dessa manifestação incomum.

Relato do caso: Paciente de 77 anos, sexo feminino, hipertensa, iniciou acompanhamento para avaliação de um sopro aórtico associado à lesão regurgitante diagnosticados durante consulta de rotina com clínico geral. Ela era assintomática (Classe Funcional I) e não possuía outras comorbidades ou histórico familiar de doenças cardiovasculares. A ecocardiografia inicial realizada apresentou uma válvula aórtica quadricúspide com leve restrição de abertura e um jato regurgitante central moderado a grave, com Fração de Ejeção de 58% pelo método Simpson e diâmetros cavitários dentro da normalidade - DDVE de 58 mm e DSVE de 38 mm. Foi realizada, ainda, uma Ressonância Cardíaca para melhor avaliação anatômica. Por estar assintomática e não possuir fatores complicadores, ela permaneceu em acompanhamento ambulatorial com reavaliação ecocardiográfica a cada seis meses, além do controle dos fatores de risco pessoais para doenças cardiovasculares. 

Discussão: Devido à sua raridade, a VAQ não possui indicações específicas para intervenção cirúrgica, mas aproximadamente 50% dos portadores são submetidos à abordagem invasiva. Essa última, quando indicada, é mais comum a partir da quinta ou sexta décadas de vida. Por se tratar de uma doença rara, sua história natural, seus resultados após abordagem e seus desfechos a longo prazo são mal definidos. Este foi um caso desafiador, gerenciado de acordo com as diretrizes estabelecidas para as etiologias mais prevalentes de regurgitação valvar aórtica.

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