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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Indicadores de saúde oral associados ao risco de infecção em indivíduos cardiopatas hospitalizados

Verônica Caroline Brito Reia , Raquel D’Aquino Garcia Caminha, Tiago Carvalho dos Santos, Paulo Sérgio da Silva Santos
Universidade de São Paulo, Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB-USP) - Bauru - SP - Brasil , Universidade do Sagrado Coração, Faculdade de Odontologia - Bauru - SP - Brasil

Introdução:  As doenças cardiovasculares afetam significativamente a população mundial e estão ligadas a altos índices de morbidade e mortalidade, responsáveis por alta frequência de hospitalizações. As infecções odontogênicas representam frequentes quadros de bacteremia transitória com potencial de disseminação hematogênica, podendo ser associadas a endocardite infecciosa.  O objetivo deste estudo foi avaliar a e atuação da odontologia na gravidade das alterações bucais dos pacientes cardiopatas. Métodos: Foi realizado um estudo transversal com análise de 220 prontuários eletrônicos de pacientes cardiopatas avaliados por cirurgiões-dentistas no período de 2018 a 2022 em um hospital público. Os dados coletados foram: idade, sexo, score do Bedside Oral Exam (BOE) e CID-10 referente as cardiopatias e alterações bucais. Resultados: De 220 prontuáriosforam selecionados 182 nos quais 84 (46.15%) eram mulheres, 98 (53.84%) homens, com idade mínima <1 ano e máxima 93 anos (média 62.82). No total, 77 (42.30%) apresentaram outras formas de doenças do coração, 71 (39.01%) hipertensão, 32 (17.58%) isquemias do coração, 22 (12.08%) das artérias, arteríolas e capilares, 3 (1.64%) cardíacas pulmonares/circulação pulmonar e 3 (1.64%) hipotensões. Das alterações bucais: 60 (32.96%) dos pacientes apresentaram ressecamento labial/mucosas bucais, 52 (28.57%) alterações linguais (saburra/hipertrofia de papilas/glossite migratória), 44 (24.17%) periodontite aguda/crônica, 31 (17.03%) edêntulo total/parcial, 30 (16.48%) úlcera traumática, 23 (12.63%) mucosite oral, 15 (8.24%) candidíase oral, 12 (6.59%) cárie dentária, 10 (5.49%) higiene oral deficiente, 8 (4.39%) herpes recorrente, 8 (4.39%) hiperplasia gengival, 8 (4.39%) fratura dentária e 6 (3.29%) alterações pulpares.  Dos 182 indivíduos, 98 realizaram somente uma avaliação odontológica pois não apresentavam riscos infecciosos que comprometesse a condição sistêmica, sendo a amostra final com avaliação dos scores BOE composta por 84 indivíduos. O menor BOE encontrado foi 8 (boa condição bucal) com média de 11.74 e o maior BOE foi 19 (disfunção grave em cavidade oral) com média de 12.97. Dos 84 pacientes que receberam tratamento odontológico, 54 (64.30%) tiveram diminuição no BOE representando melhora da condição bucal após intervenção odontológica, 17 (20.23%) apresentaram aumento, com piora da condição bucal e 13 (15.47%) mantiveram-se estáveis. Conclusão: A atuação do cirurgião dentista demonstrou-se eficaz na melhora da gravidade das alterações bucais prevenindo riscos de infecção secundária em cardiopatas. 

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