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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

CORREÇÃO CIRÚRGICA DE DUAS COMPLICAÇÕES MECÂNICAS CONCOMITANTES APÓS INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

Bernardi, H.G.B, Ribeiro, R.C, da Silva, J.R, Lara, L.M, Fonseca, J.HA.P, Buffolo, E, Alexander, D.R, Fonseca, B.C
HOSPITAL DO CORAÇÃO - - SP - BRASIL

INTRODUÇÃO Ruptura do septo ventricular e aneurisma do ventrículo esquerdo são duas das principais complicações mecânicas após um infarto agudo do miocárdio (IAM), ambos de alta mortalidade, com necessidade de diagnóstico e intervenção terapêutica precoces. METODOLOGIA As informações foram obtidas por meio de revisão de prontuário e de literatura. RESULTADOS Masculino, 81 anos, hígido, apresentou episódio de IAM diagnosticado já em fase evoluída, com sintomas de dispneia e congestão. Realizado cateterismo cardíaco, com oclusão de ADA proximal, angioplastia primária e implante de 2 stents com resultado angiográfico fluxo TIMI 2. Recebe alta hospitalar mantendo sintomas de dispneia. Uma semana após, em consulta ambulatorial, evidenciado em  ecocardiograma transtorácico (ETT) presença de CIV e então encaminhado ao nosso serviço. Paciente em CF NYHA II e sopro holossistólico em borda esternal esquerda. Realizado ETT confirmando CIV com 1cm de diâmetro em região apical anterosseptal e FE 27%. Evoluiu com sinais de baixo débito. ECG com BAV 2º grau Mobitz II. Encaminhado à UTI, iniciado dobutamina e terapia renal substitutiva com melhora clínica. Submetido a fechamento primário da CIV e aneurismectomia apical. Paciente evoluiu bem, estável e com melhora de CF. DISCUSSÃO Pacientes com grandes infartos ou que não recebem revascularização oportuna permanecem em risco de complicações mecânicas do IAM. As manifestações clínicas estão intimamente relacionadas com a magnitude da necrose miocárdica. A CIV se desenvolve, geralmente, como um orifício único, cujo tamanho irá determinar a intensidade do shunt esquerda-direita e, consequentemente, dos sintomas. Fatores de risco envolvem a extensão do músculo afetado. No aneurisma do VE uma porção do ventrículo se torna fina e dilatada o que leva à acinesia ou discinesia de um segmento miocárdico. O aneurisma do VE é encontrado em menos de 5% pós-IAM, sendo mais frequente em infartos de parede anterior. Alguns fatores relacionados à formação do aneurisma de VE pós-IAM são extensão da área necrótica, ausência de circulação colateral e mecanismos de remodelamento ventricular. O tratamento cirúrgico é indicado nos pacientes que se apresentam em choque cardiogênico refratário à terapêutica clínica, progressivo comprometimento da função ventricular, dado que a área infartada apresenta-se friável e o risco cirúrgico é elevado. CONCLUSÃO As complicaçoes mecânicas pós-IAM são menos comuns nos dias de hoje, porém seu reconhecimento precoce e tratamento são essencias para um bom desfecho.

 

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