Introdução – A insuficiência cardíaca (IC)é uma síndrome reconhecida como associada a elevada morbi/mortalidade. Dados da literatura indicam que frequência cardíaca é um importante marcador prognóstico entre os pacientes em ritmo sinusal com fração de ejeção reduzida (<40%). Vários trabalhos documentaram que os pacientes com FC superior a 70 bpm evoluem com maior mortalidade. Procuramos neste trabalho verificar se a FC seria um marcador prognóstico dentre os pacientes atendidos em nosso Hospital.
Métodos – Estudamos todos os pacientes atendidos num Hospital terciário de São Paulo, verificamos os casos registrados com código I50 no ano de 2017 e dentre eles aqueles com FE >40% e analisamos se a evolução seria diferente entre os pacientes com FC abaixo e acima de 70 bpm. Os pacientes foram seguidos até os dias de hoje. Avaliamos os dados demográficos e a mortalidade.
Resultado – Em 2017 passaram pelo Hospital 13121 pacientes com IC. Dentre eles 3628 (27,6%) apresentaram no ecocardiograma FE <40% e encontravam-se em ritmo sinusal. Estes pacientes apresentaram FE média de 29,8% e o diâmetro ventricular diastólico de 64,5 mm. A FC média observada foi de 72,7 bpm. Com 30 meses de seguimento 1275 (35,1%) pacientes morreram. Os pacientes que morreram eram com maior frequência homens, tinham mais comorbidades e analisando a FC pode-se constatar que os pacientes com FC acima de 65 bpm tiveram mortalidade maior do que os com FC abaixo deste valor (figura 1).
Conclusões – Em nosso Hospital a simples medida da FC permitiu identificar que pacientes que se apresentam com FC acima de 65 bpm apresentam mortalidade maior do que os com FC mais baixa. Este achado destaca a importância de se avaliar este elemento propedêutico e de intensificar o tratamento naqueles que persistem com a FC acima de 65 bpm.