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Perdas, dor e luto em Cardiologia: tornando-se um ex-atleta

Maria Isabel R. S. Arello, Luana Santos Nunes, Gisele de Azeredo Siqueira
HOSPITAL SÃO JOSÉ DO AVAÍ - ITAPERUNA - RJ - BRASIL

Introdução: Em Cardiologia, a associação entre perdas físicas e sofrimento psíquico se fazem presentes, em diferentes aspectos e intensidades, na vivência dos pacientes cardiológicos. O estado de luto, a desesperança e o sentimento de desamparo podem fazer parte do processo de adoecimento destes pacientes. Método: Relato de experiência a partir da realização de acolhimento psicológico em UTI. Relato de caso: A presente vinheta clínica versa sobre a assistência psicológica prestada a um paciente admitido na UTI Cardiológica de um hospital geral no estado do Rio de Janeiro, após ter recebido os primeiros cuidados para tratamento de infarto. Trata-se de um paciente do sexo masculino, de 45 anos, fisiculturista há cerca de trinta anos, atualmente em preparação física para competição internacional. Fez uso de esteroides anabolizantes (EAs) por mais de vinte anos. Após conversa com a equipe médica acerca das restrições que se fariam necessárias a partir dali – a saber, proibição de realização de atividades de alto impacto e necessidade de cessar o uso de EAs –, o paciente permaneceu choroso, o que motivou a solicitação de atendimento ao Serviço de Psicologia. Durante o acolhimento, P. V. se mostrou bastante receptivo ao espaço de escuta que lhe foi ofertado como se, em alguma medida, tivesse compreendido que a angústia e o sentimento de luto poderiam ser ali endereçados. Ao longo do acompanhamento psicoterapêutico durante sua internação, o paciente pôde dar início ao processo de elaboração em torno das perdas advindas do adoecimento cardiológico, as quais lhe impuseram o que nomeou como perda de sentido. No caminhar de um certo percurso de refazimento, P. V. pôde situar que aquilo que considerava mais próprio a si – ser atleta – seria um plano interrompido, mas que outros caminhos poderiam ser delineados. Tornar-se treinador e auxiliar na conscientização em torno dos malefícios do uso de EAs passaram a ser possibilidades aventadas. Resultados: A partir dos atendimentos realizados ao longo do período de hospitalização, podemos inferir que a oferta de um espaço de escuta e de acolhimento foi de extrema importância para a canalização da angústia e para o favorecimento do processo de elaboração, fundamental para o atravessamento das vivências de perdas. Conclusões:Podemos concluir que a atuação do psicólogo junto a equipe multidisciplinar em Cardiologia pode auxiliar de maneira significativa no acolhimento às vivências das múltiplas perdas experienciadas pelos pacientes cardiológicos.

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