Introdução: O cuidado com o paciente internado em Unidade de Terapia Intensiva abrange variadas esferas, incluindo a da higiene oral, frequentemente praticada por profissionais da equipe de enfermagem. Devido ao acúmulo de microorganismos orais e às condições clínicas, os pacientes são constantemente expostos a fatores de risco que podem levar a complicações sistêmicas, como a pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM). A execução diária da higienização oral contribui para a redução de patógenos da cavidade oral, auxilia na prevenção de infecções e na preservação da integridade da mucosa oral, trazendo segurança ao paciente. A prática adequada de higienização oral demanda conhecimento e padronização, e, para tanto, protocolos e treinamentos eficazes são necessários. Métodos: Foi realizado estudo diagnóstico situacional de caráter observacional, descritivo e transversal, com aplicação de questionário a equipe de enfermagem das Unidades de Terapia Intensiva de um hospital público de cardiologia do Estado de São Paulo. Resultados: Foram obtidos 103 questionários respondidos, sendo 49 técnicos de enfermagem, 29 enfermeiros, 20 auxiliares de enfermagem e 5 enfermeiros residentes. Do total de participantes, 39,8% afirmaram não realizar a higienização do tubo orotraqueal e 58,3% não recebeu treinamento em higienização oral. A consideração de que a higienização oral é adequada foi de 73,8% e demonstrou-se independente estatisticamente de fatores como a higienização ou não do tubo orotraqueal, recebimento ou não de treinamento. Conclusão: O papel da equipe de enfermagem é essencial para o cuidado e sistematização da prática da higiene oral, colaborando para a prevenção de infecções, como a PAVM. A presença de protocolo sistematizado e treinamentos eficazes favorece a disseminação de boas práticas assistenciais e beneficia o tratamento do paciente crítico. O cirurgião-dentista inserido na equipe multidisciplinar possibilita enriquecimento para o atendimento do paciente internado em Unidade de Terapia Intensiva.