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Angioplastia na miocardiopatia isquêmica com fração de ejeção reduzida, mito ou realidade? - Relato de Caso

FREDERICO LOPES DE OLIVEIRA, Giulliano Gardenghi, Walter Beneduzzi Fiorotto, Márcio Ricardo dos Santos, Fernanda Leão Martins, André Luis Marques P. Modesto, Juliana Tranjan de O. Coragem
Hospital Santa Mônica - GOIANIA - GO - Brasil, Hospital Samaritano de Goiânia - Goiânia - Goiás - Brasil

INTRODUÇÃO: A insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER) é uma doença prevalente e apesar dos avanços na terapia medicamentosa, está associada a mortalidade e morbidade significativas. A presença de doença coronária aterosclerótica (DAC) aumenta a mortalidade cardiovascular cerca de duas vezes em comparação ao paciente com ICFER sem lesões obstrutivas coronárias. A revascularização cirúrgica demonstrou melhorar os resultados de longo prazo em alguns pacientes, mas a cirurgia em si acarreta um grande risco inicial, de acordo com a literatura mais recente. A intervenção coronária percutânea (ICP), apresenta um equilíbrio entre risco e benefício devido aos melhores resultados iniciais ante a menor invasão e mais rápida recuperação dos pacientes. OBJETIVO: Apresentar um caso de paciente com miocardiopatia isquêmica que apresentou impressionante melhora clínica e ecocardiográfica após angioplastias seriadas. RELATO DE CASO: Mulher de 65 anoscom sequela motora de AVEi, 45 Kg, miocardiopatia dilatada CF III-IV e ECO de 13/07/21 com FEVE38% e hipocinesia difusa. Angiotomografia de coronárias com DAC multiarterial, encaminhada para CATE em 02/08/2021 sendo constatadas oclusões crônicas de DA e CD com sub oclusão de CX e importante rede de colaterais. Assim, pelafragilidade da paciente para realização de CRVM, o Heart Team optou por angioplastias seriadas. Dessa forma foi submetida a recanalização e ATC de DA em 26/08/21. Um mês depois realizou ATC em CD; e em 21/10/21 ATC de CX, todas com sucesso. Em consulta no dia 21/06/22, a paciente apresentou importante melhora clínica CF I-II e eco com FE:58% com hipocinesia anterolateral. DISCUSSÃO: O estudo PROTECT II demonstrou que 57% dos pacientes tiveram melhora da FEVE em pelo menos 5% após ICP (em média, melhora da FE de 25% para 31% p<0,001). A melhora da FEVEfoi proporcional ao maior número de vasos tratados (OR 7,52; IC 95% 1,31 a 43,25). O aumento da FE foi associado a menor taxa de eventos adversos maiores (9,7% vs 24,2%; p=0,009) e melhora na classe funcional (CF III/IV caiu de 66,7% para 24%). O esperado estudo RIVIVED-BICS2 publicado em setembro de 2022, não mostrou vantagens dda ICP em pacientes com ICFER em relação ao tratamento clínico otimizado, entretanto contribuiu para elaborar hipóteses na difícil tomada de decisão nesse contexto. CONCLUSÃO: A ICP se mostra uma estratégia factível e segura para pacientes com miocardiopatia isquêmica, como apresentado no caso aqui descrito.

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