INTRODUÇÃO: Portadores de insuficiência cardíaca (IC) estágio D (IC terminal) são aqueles listados para transplante ou com indicação de cuidados paliativos. Quando descompensam, raramente tem acesso a cuidados adequados, já que poucos serviços de cardiologia dispõem de um centro de infusão onde aqueles em insuficiência cardíaca aguda (ICA) perfil hemodinâmico B podem ser compensados com uma ou duas visitas semanais para administração de diurético de alça endovenoso, ajuste terapêutico, monitorização de função renal, orientação sobre restrição hídrica e tomada de medicações. O controle sintomático e laboratorial pode reverter o quadro e melhorar a qualidade de vida destes pacientes.
METODOLOGIA: Foram avaliados pacientes portadores de IC no período de 2017 e 2018, em regime de centro de infusão/hospital dia (CI/HD), acompanhados e tratados por equipe multiprofissional. Os dados dos pacientes foram recolhidos do Registro Eletrônico em Saúde e o objetivo primário foi a identificação do sucesso dessa abordagem na compensação do paciente. Os critérios de inclusão foram o diagnóstico prévio de ICA perfil B e a concordância em aderência ao tratamento de exclusão foram insuficiência renal terminal, infecção ativa e doença associada com expectativa de vida de menos de 6 meses. As intervenções seguiram a sistematização da terapêutica de uma internação semi aberta, com avaliação clínica e laboratorial dos pacientes. Entre os parâmetros analisados estão a etiologia, a classificação funcional de acordo com a New York Heart Association, o motivo da descompensação, dados eletrocardiográficos e ecocardiográficos, dados de exames físico e laboratoriais, a terapia medicamentosa além dos desfechos dos quadros.
RESULTADOS: Foram atendidos 120 pacientes com IC, sendo 20% com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) preservada (>50%), 10% com FEVE levemente reduzida (entre 40 e 49%) e 70% FEVE reduzida (<40%), em estágio D. A idade média foi de 61 anos, 58% eram homens, a média da creatinina era de 1,550,62, a FEVE média foi de 36%0,14. A taxa sucesso na compensação de pacientes com ICA em regime de CI/HD foi de 85,3%, independente da FEVE. Durante o tratamento necessitaram internação por curto período e retornaram ao HD 40 pacientes. Morreram após alta do HD 22% dos pacientes em período que variou de 15 dias a 4,4 anos.
CONCLUSÃO: O regime de CI/HD obteve taxa de sucesso de 85,3% na compensação de pacientes com ICA.