Introdução
A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma síndrome de alta prevalência e incidência principalmente em idosos, sendo que, projeções demonstram o aumento de sua prevalência em 46% entre os anos de 2012 a 2030. Pessoa com IC avançada permanece gravemente sintomática, o que compromete a sua qualidade de vida.
Método
Estudo observacional, de corte transversal, que avaliou o impacto da IC na qualidade de vida de pacientes, internados nas enfermarias de um hospital universitário do interior paulista, entre março de 2022 à dezembro de 2022. Os dados foram obtidos por entrevistas individuais e consultas aos prontuários. A qualidade de vida em decorrência da IC foi avaliada pela versão validada para o Brasil do Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire. As respostas aos 21 itens do instrumento são somadas e o escore total varia de zero a 105. Há dois domínios, o Físico (varia de zero a 40) e o Emocional (de zero a 25). Menores valores indicam menor impacto da IC na vida do paciente, ou seja, melhor qualidade de vida relacionada à saúde. Os dados foram analisados descritivamente no software Statistical Package for the Social Sciences – SPSS versão 24.0 para Windows®.
Resultados
Participaram do estudo 77 pacientes, com a média de idade de 62,8 (D.P.=14) anos, 54,5% eram do sexo masculino, casados (54,5%), vivendo com cônjuge e/ou filhos (49,4%) e com baixa escolaridade (em média 6,3 anos de estudo formal). A maioria sem ocupação profissional (84,4%), com a renda familiar média mensal de R$ 2.271,00 reais (D.P.= 1776,7), e residiam em outras cidades do Estado de São Paulo (63,3%). Quanto à qualidade de vida relacionada à saúde, constatamos as seguintes médias: 62,3 (D.P.= 18,7) para o escore total do instrumento, de 26,5 (D.P.=8,0) para o Domínio Físico e 12,9 (D.P.=6,1) para o Domínio Emocional.
Conclusão
Constatamos que, no grupo investigado, houve o comprometimento da qualidade de vida dos participantes em decorrência da Insuficiência Cardíaca, seja na avaliação global ou nos domínios, físico e emocional.