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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Associação entre DM2 de diagnóstico recente e padrões disautonômicos na MAPA

Paulo Sousa Prado, Ana Carolina Augusto Rocha, Fernanda Massue, Giovanna Andrade, Wladimir Freitas, Marta Duran Fernandez, Marcos Franco, Ana Claudia Cavalcante Nogueira, Luiz Sergio Fernandes de Carvalho
Instituto Biocardios - Brasília - DF - Brasil, UNIVERSIDADE DE BRASILIA - - DF - BRASIL, Universidade Católica de Brasília - Brasília - DF - Brasil

Introdução

A elevação da pressão arterial (PA) é um dos fatores contribuintes de maior impacto no desenvolvimento de doenças cardiovasculares. O padrão morning surge, caracterizado pela elevação da PA média 2h após o despertar; e o padrão reverse dipping com valores mais elevados da PA noturna. Esses padrões são observados na Monitorização Ambulatória da Pressão Arterial (MAPA), possuem substrato fisiopatológico ligado a disautonomia, principalmente em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) há mais de 8-10 anos, e se associam ao aumento no risco de eventos cardiovasculares. Entretanto, há uma necessidade explícita de estudar o impacto do DM2 sobre os padrões da MAPA ligados a disautonomia em uma população diabética com  menos 5 anos de doença.

Métodos

O estudo foi caracterizado por uma coorte retrospectiva e longitudinal, totalizando 923 pacientes adultos. A MAPA foi realizada em uma grande rede de clínicas de Brasília-DF entre janeiro de 2018 e janeiro de 2019, sendo os pacientes divididos em portadores ou não de DM2. Os dados clínicos foram recuperados de prontuários eletrônicos e para as analises estatísticas foram aplicados o teste qui-quadrado e o método de regressão logística binária. 

Resultados

 Dos 923 pacientes 241 apresentavam o diagnóstico de DM2 com tempo médio de diagnóstico de 4.9±3.5 anos, com 140 (58,1%) do sexo feminino e 101 (41,9%)  do sexo masculino. Em relação ao padrão de PA, 159 (17,2%) pacientes apresentaram o modelo reverse dipping, sendo que 48 (19,9%) deles apresentavam o diagnóstico de DM2. Para o padrão morning surge o estudo identificou 163 (17,7%) indivíduos, e dentre estes, 50 (20,7%) com o diagnóstico de DM2. Ao agruparmos os pacientes com padrões disautonômicos na MAPA, observamos que o DM2 se associava a estes padrões (40,7% no DM2 e 32,7% no não diabético, p=0.029).

A regressão logística considerando padrões disautonômicos na MAPA como variável dependente e ajustada para tabagismo, hipotireoidismo, obesidade, apneia do sono e doença arterial coronariana, demonstrou que a presença de DM2, em pacientes com menor tempo de diagnóstico, estava associada a um maior risco de desenvolvimento de padrões disautonômicos (OR 1,5 IC 95% 1,0 - , p=0.015).

Conclusões

Os resultados demonstraram um comportamento similar dos padrões morning surge e reverse dipping entre os pacientes com DM2 diagnosticados mais recentemente e aqueles com mais tempo de diagnóstico. Portanto, é imprescindível o monitoramento precoce da PA nos pacientes diagnosticados com DM2, no intuito de diminuir os eventos cardiovasculares nessa população.  

 

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