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Fatores prognósticos da ressuscitação cardiopulmonar pediátrica em hospital de alta complexidade

Tania Miyuki Shimoda Sakano, Edison Ferreira Paiva , Cláudio Schvartsman, Amélia Gorete Reis
Instituto da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina USP - São Paulo - SP - Brasil

Fatores prognósticos da ressuscitação cardiopulmonar pediátrica em hospital de alta complexidade

 

Introdução

          Os fatores prognósticos associados à sobrevida e ao prognóstico neurológico em crianças após parada cardiorrespiratória não estão esclarecidos. O objetivo deste estudo foi avaliar os fatores associados à sobrevida à alta e após 180 dias e sua evolução neurológica.  

 

Métodos

Estudo observacional baseado em registro de parada cardiorrespiratória (PCR) no estilo Utstein em hospital terciário em pacientes < 18 anos no período de janeiro 2015 a dezembro 2020 (N=323). O desfecho primário foi sobrevida à alta e após 180 dias. O desfecho secundário foi sobrevida com bom prognóstico neurológico à alta e após 180 dias. A função neurológica foi avaliada através do PCPC (pediatric cerebral performance categories) no período pré-PCR, alta e após 180 dias.Para análise estatística, utilizou-se o teste qui-quadrado ou o teste exato de Fisher para as variáveis categóricas. O modelo de regressão logística univariada e multivariada foi aplicado à análise de fatores associados à sobrevida na alta e após 180 dias.

 

 

Resultados

          Entre 323 pacientes submetidos à ressuscitação cardiopulmonar (RCP), 108 (33,4%) apresentaram sobrevida à alta, 93 (28,8%) sobrevida após 6 meses (Figura 1). Foram associados à menor sobrevida à alta e após 180 dias: doença hepática, choque como causa imediata, droga vasoativa pré-PCR, uso de bicarbonato e duração prolongada (Figura 2). PCPC foi analisado em 93 pacientes. Pré-PCR, 32,3% apresentavam disfunção neurológica (PCPC 3). O prognóstico neurológico foi favorável em 79,7% à alta, 76,1% após 180 dias permanecendo semelhante entre alta e após 180 dias.

         

 

Conclusão

Doença hepática, choque, uso prévio de drogas vasoativas, uso de bicarbonato durante a RCP e duração prolongada foram associados a menor sobrevida à alta e após 180 dias.

          Prognóstico neurológico favorável ocorreu na maioria dos sobreviventes.

 

 

 

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