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OCLUSÃO DE ARTERIA CORONARIA DIREITA APÓS RADIOTERAPIA PARA TRATAMENTO DE CÂNCER DE MAMA: RELATO DE CASO

Camilla Vilela Giacovone, JUNIOR, MIGUEL N, SOUZA, JOHNATAN MICHAEL FERNANDES DE, MARINARO, GIORGIO, TEIXEIRA, AMANDA F., SAPIA, VICTOR N., OLIVEIRA, ISABELLA S., LOVATO, FELIPE H., JORGE, JOÃO VICTOR B.
HOSPITAL SIRIO LIBANÊS - - SP - BRASIL

INTRODUÇÃO: Neoplasias torácicas conferem maior risco de doença arterial coronariana induzida por radiação (DACIR) em relação a população geral. Fatores de risco incluem falta de proteção cardíaca, dose cumulativa de radiação utilizada, exposição em idade precoce, volume de tecido acometido, e preexistência de outras doenças cardiovasculares. O tratamento radioterápico é relacionado ao desenvolvimento de doença arterial coronariana (DAC), em geral tardiamente após exposição. A radiação pode ter como consequência a arterite actiníca resultado de aterosclerose acelerada, de caráter inflamatório, e lesão das células endoteliais. Trata-se do relato de uma paciente com história de radioterapia  há  40 anos, submetida a altas dose de radiação (padrão da época) que evolui com oclusão total de artéria coronária direita e lesão pós actínica de artérias subclávia e axilar direita. RELATO DE CASO: Paciente feminina, 80 anos, diabetes melittus tipo 2 e câncer de mama à direita em 1980. Relato de quimioterapia, radioterapia e mastectomia total. Ambulatorialmente, referiu dispneia há 3 meses classe funcional new York heart association III, ortopneia e edema de membros inferiores. Eletrocardiograma em ritmo sinusal, distúrbio de condução do ramo esquerdo e inversão de onda T nas derivações V3 e V4.  Ecocardiograma transtorácico (ECOTT) de 2019 com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE)  de 58% (método Simpsons), acinesia segmento basal inferior e ínfero-septal. ECOTT em 2022 mostra queda de FEVE para 45%, aparecimento de hipocinesia de parede inferolateral. Utrassonografia Doppler do membro superior direito compatível com lesões pós-actinícas de artéria subclávia e axilar  direita. Prosseguiu-se investigação com cineangiocoronariografia: artéria coronária direita com importante e extensa calcificação, ocluída no óstio,  circulação colateral de múltiplas origens grau III, sem outras lesões obstrutivas. Devido dificuldade técnica, aspecto de oclusão crônica e coronária extensamente calcificada, optado por tratamento clínico otimizado. Paciente apresentou melhora dos sintomas, atualmente em seguimento ambulatorial com cardiologista. CONCLUSÃO: Com o relato de caso ressaltamos a importância da avaliação cardiológica regular pré, durante e pós tratamento oncológico. Considerar medidas cardioprotetoras e rastreamento de possíveis efeitos cardiotóxicos, tanto relacionados a quimioterapia, quanto a radioterapia.

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