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Fenótipo e genótipo de uma coorte de pacientes com cardiomiopatia dilatada

Georgina del Cisne Jadán Luzuriaga, Luciano Nastari, Viviane Tiemi Hotta, Barbara Maria Ianni, Juliano Novaes Cardoso, Edmundo Arteaga Fernandez, Andre Luiz Dabarian, Félix José Alvarez Ramires, Walther Yoshiharu Ishikawa, Fabio Fernandes
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Fenótipo e genótipo de uma coorte de pacientes com cardiomiopatia dilatada

Introdução: A cardiomiopatia dilatada (CMD) é caracterizada pela presença de dilatação e disfunção sistólica ventricular esquerda na ausência de condições anormais de carga ou doença arterial coronariana suficiente para causar comprometimento sistólico global. A CMD pode apresentar resultado genético positivo em 10 a 40% da população. Objetivo: Caracterizar o fenótipo e genótipo dos pacientes com CMD. Metodologia: Trata-se de um estudo unicêntrico, observacional, descritivo e retrospectivo.  Foram incluídos pacientes com CMD, idade 18 anos, fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) 45% e excluídos os pacientes com outras cardiomiopatias e que não tiveram estudo genético. Resultados: Foram selecionados um total de 18 pacientes com CMD, 57% pertenciam ao gênero masculino, com idade de 56,9 anos (±12). O 50% apresentava história familiar (HF) de cardiopatia e 28% morte súbita (MS) na família. O sintoma mais frequente foi dispneia (78%), a maioria encontrava-se em classe funcional II da NYHA (56%), com BNP de 375pg/dl (±275). O tratamento medicamentoso otimizado foi em todos os casos e um paciente foi submetido a transplante cardíaco. O eletrocardiograma foi sinusal (88,9%, n=16), exceto em dois pacientes que tiveram fibrilação auricular; com morfologia de BRE (38,9%, n=7) e BRD (7%, n=2). No Holter de 24 horas, a FCm foi de 81bpm (±14), 25% apresentava TNVS e 22% TANS. Sem registro de TVS. O ecocardiograma mostrou FEVE de 35% (±6,9), com diâmetros: átrio esquerdo 44mm (±5,4), diâmetro diastólico e sistólico do VE 61,7mm (±6,2) e 50,7mm (±7,3), respectivamente; e, diâmetros basal e médio do ventrículo direito de 35,1mm (±5) e 23,6mm (±4,6), respectivamente. Algum grau de insuficiência mitral e tricúspide (83,3%, n=15) e de disfunção diastólica (55,6%, n=10). A ressonância cardíaca apresentou realce tardio (33%, n=6), padrão mesocárdico (17%, n=3), transmural (11%, n=2) e juncional (6%, n=1). O estudo genético foi positivo em 50% da população. As variantes patogênicas e provavelmente patogênicas associadas à CMD foram em seis pacientes (33%), dos quais três foram nos genes TTN e três pacientes diferentes nos genes LMNA, PKP2 e DSC2. Além disso, houve variantes de significado incerto (17%), nos genes ACTN2, VCL e PLN. Conclusão: A CMD foi prevalente com a mesma distribuição nos gêneros masculino e feminino e esteve relacionada com HF e MS. O fenótipo foi heterogêneo e o rendimento diagnóstico genético foi em 50% dos pacientes, discretamente superior do que a estatística mundial.

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