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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Achados clínicos, epidemiológicos, ecocardiográficos e histopatológicos dos pacientes com cardite reumática em atividade

PAULO PINTO ALVES CAMPOS VIEIRA, Rodrigo F Pereira, Carlos Eduardo B Branco, Vitor E E Rosa, Marcelo Luiz Campos Vieira, Pablo M A Pomerantzeff, Lea Demarchi, Roney O Sampaio, Flávio Tarasoutchi, Antonio De Santis
UNISA - Universidade Santo Amaro - São Paulo - SP - Brasil

 

Introdução: O achado incidental de nódulos de Aschoff (NA) durante cirurgia cardíaca valvar, embora praticamente patognomônico de atividade reumática tem sido pouco estudado. O objetivo desse estudo é identificar achados clínicos, epidemiológicos e ecocardiográficos que auxiliem a traçar um perfil de pacientes com achado incidental de NA durante cirurgia cardiaca.

Métodos: Trata-se de estudo de coorte, com coleta de dados em prontuário e contato telefônico dos participantes do estudo. Foram analisados dados epidemiológicos, anatomopatológicos e de evolução tardia em dois grupos pareados obtidos de forma aleatória, por ocasião da cirurgia reparo ou troca valvar: Grupo FRA (GFRA): no qual foram encontrados NA ou atividade inflamatória sugestiva de febre reumática (FR) e Grupo controle (GC): sem achados patológicos de FR em atividade. Análise estatística apropriada foi realizada, com teste qui-quadrado de Pearson e exato de Fischer para comparação entre os grupos.

Resultados: Foram incluídos 188 pacientes, dos quais dados completos foram obtidos em 136. Desses, 68% eram do sexo feminino, com mediana de idade de 31 anos (15-45). A maioria dos pacientes apresentava valvopatia reumática (VR) mitral isolada ou associada com doença aórtica(64,1%). Atividade reumática expressou-se por: presença de nódulo de Aschoff em 61% dos pacientes, dos quais 64% encontravam-se em fase proliferativa ou mista (exsudativa/granulomatosa) e 14% cicatricial. Não houve diferença entre os grupos em relação a atividade inflamatória laboratorial (proteina C reativa e VHS) pré ou pós-operatória, uso de Dobutamina ou corticoide, sinais clínicos de insuficiência cardíaca ou dias de hospitalização. Entretanto, idade mais jovem e número de óbitos foi maior no GFRA (Tabela 1).

Conclusão:

1) Sinais clínicos e laboratoriais clássicos de FR em atividade não conseguiram identificar a sua presença no período pré-operatório de reparo ou troca valvar.

2) Nódulos de Aschoff em fase proliferativa foram o diagnóstico patológico mais frequente na identificação de atividade reumática incidental.

3) A atividade reumática incidental foi mais frequente em jovens e correlacionou-se com maior mortalidade. 

 

Tabela 1

 

GFRA(n=98)

GC(n=38)

p

Idade

20(13-34)

43 (32-54)

<0,0001

VRmitralisoladaouassociada

69%

55%

ns

Atividadeinflamatória

pré-operatória

18%

7%

ns

Taquicardia

32%

28%

ns

IntervaloPR

aumentado

11%

15%

ns

Óbitotardio

5,3%

2%

0,001

Tabela 1: Comparação estatística entre o GFRA com    GC para  os diversos  achados  estudados.

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