Introdução: A apneia obstrutiva do sono (AOS) é um distúrbio caracterizado por recorrentes episódios de interrupção da respiração durante o sono com duração ≥ 10 segundos associado com a dessaturação de oxigênio ≥ 3% acompanhado de um esforço respiratório contínuo, devido a um colapso, parcial ou total, das vias aéreas superiores, provocando aumento da pressão negativa intratorácica. AOS é caracterizada quando o paciente apresenta durante o sono um índice de apneia-hipopneia (IAH) ≥ 5 eventos hora/sono. AOS desencadeia alterações no sistema nervoso autônomo, caracterizando-se pela hiperativação do sistema nervoso simpático e aumentando do risco de doenças cardiovasculares como a hipertensão arterial (HAS). Objetivo: Avaliar a prevalência de HAS em voluntários com AOS e a influência da gravidade sobre os desfechos das doenças cardiovasculares. Método: De julho de 2022 a janeiro de 2023, 130 pacientes com queixas de transtornos do sono, de ambos os sexos, com idade entre 30 a 85 anos, foram submetidos a polissonografia IV realizada com o oxímetro de alta resolução (Biologix) para avaliação do índice de dessaturação de oxigênio (IDO). Os resultados estão expressos em valores relativos (%). A análise estatística foi realizada através do teste chi-quadrado (X2) independente para comparação entre os voluntários sem AOS (IDO < 5) e voluntários com AOS de classificação leve (IDO > 5 e < 15 eventos/hora), moderado (IDO ≥ 15 e < 30 eventos/hora) e grave (IDO ≥ 30 eventos/hora) na prevalência de HAS e associação entre HAS e AOS. A prevalência dos grupos está expresso em valores percentuais (%). Resultados: Indivíduos sem AOS apresentou menor prevalência de hipertensão arterial em comparação a indivíduos com AOS leve, moderada e grave (39% vs. 55%, 55% e 79%, respectivamente, p<0,05). Os pacientes com AOS grave apresentaram prevalência superior de HAS em comparação a indivíduos com AOS leve e moderada (79% vs. 55% e 55%, respectivamente, p<0,05) assim como maior associação entre pacientes com AOS grave e HAS (p<0,05). Ao analisar a diferença de sexo, foi observado que pacientes com AOS grave do sexo masculino apresentaram maior prevalência e associação de HAS em comparação as mulheres (p<0,05). Conclusão: Pacientes com AOS apresentam maior prevalência de HAS, principalmente aqueles com AOS grave. Pacientes do sexo masculino apresentaram maior prevalência e associação com AOS grave.