Introdução. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil e no mundo. Um dos principais preditores desta doença é a dislipidemia que está diretamente relacionada com o hábito alimentar. Nesse sentido, a dieta do mediterrâneo tem sido amplamente investigada por ser considerada anti-inflamatória e antiaterosclerótica, consequentemente, minimiza quadros isquêmicos. Contudo, alguns fatores podem contribuir para não adesão a dieta mediterrânea. Objetivo.Identificar os possíveis fatores relacionados para não adesão à dieta mediterrânea e identificar as relações entre a adesão a dieta mediterrânea e readmissão hospitalar, níveis de Proteína C-Reativa (PCR), colesterol e triglicérides em pacientes com doença arterial coronariana (DAC). Método. Trata-se de um estudo coorte prospectivo realizado em um hospital da cidade de São Paulo. Foram incluídos pacientes internados por DAC (infarto agudo do miocárdio (IAM) ou angina recente ou recorrente, submetidos à intervenção coronária com ou sem angioplastia ou outras doenças isquêmicas do coração) e maiores de 18 anos. O desfecho primário é a adesão à dieta do mediterrâneo, analisada no momento da internação, três e seis meses após a alta hospitalar. A adesão à dieta é analisada por meio do questionário Mediterranean Diet Adherence Screener (MEDAS). Os desfechos secundários são readmissão hospitalar analisado três e seis meses após a alta e PCR, colesterol e triglicérides analisados durante a internação e após seis meses da alta hospitalar. As variáveis independentes foram selecionadas a partir de uma revisão de literatura (sexo, idade, estado civil, ocupação, escolaridade, região geográfica, realização de atividade física, tabagismo, etilismo, ansiedade, depressão e índice de massa corpórea (IMC)). A relação entre as variáveis independentes e os desfechos serão analisadas em análise univariada por testes estatísticos e as variáveis com p≤0,05 e outras clinicamente relevantes serão submetidas a análise múltipla por meio regressão logística e valores de p≤0,05 serão considerados significativos. A maioria da amostra foi de não aderente à dieta do mediterrâneo durante a internação. Após o seguimento no terceiro e sexto mês a adesão à dieta do mediterrâneo aumenta cerca de 30% e 10%, respectivamente. A readmissão por DAC foi baixa. A PCR e o colesterol total melhoraram ao final do seguimento. No seguimento de seis meses verificou-se que o sexo, escolaridade, idade, região geográfica, tabagismo, atividade física, ansiedade, depressão e IMC parecem se relacionar com à adesão à dieta do mediterrâneo.