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Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Variabilidade da frequência cardíaca de crianças e adolescentes obesos.

Ana Carolina Mazzi , Mariana Almeida, Fernanda de Moraes, Robison Quitério
UNESP - Marília - SP - Brasil

Introdução: Os fatores de risco para doenças cardiovasculares têm sido cada vez mais prevalentes na população infanto-juvenil, sendo a obesidade um dos mais expressivos nessa faixa etária. Em relação à obesidade, a literatura refere que influencia a homeostase corporal e provocam alterações no controle autonômico cardíaco e por consequência na variabilidade da frequência cardíaca (VFC), entretanto, os dados referentes ao nível de acometimento dos ramos simpáticos e parassimpáticos ainda são controversos. O objetivo desse estudo é investigar a VFC de crianças e adolescentes obesos.

Métodos: CEP- UNESP- Campus Marília, SP- nº: 1.685.041/ 2016. A amostra: 23 indivíduos obesos (Percentil IMC ≥ 97%) e 23 eutróficos (Percentil IMC entre 3 % e 85 %), com idade entre 8 e 17 anos. Os intervalos RR foram registrados em repouso, decúbito dorsal, durante 20 minutos (Polar RS810CX, Kempele, Finlândia) foram selecionados e analisados 256 pontos mais estáveis (Software Kubios HRV, versão 2.0, University of Kuopio, Finland). Foram calculados os seguintes índices temporais: média e desvio padrão dos valores instantâneos de frequência cardíaca em batimentos por minuto (bpm); média e desvio padrão dos intervalos R-R (iRR e SDNN) em milissegundos (ms); raiz quadrada da média dos quadrados das diferenças entre os intervalos normais sucessivos (RMSSD), expresso em ms e a porcentagem dos intervalos RR adjacentes com diferença de duração maior que 50 ms (pNN50). O SDNN representativo da modulação global e os dois últimos índices representativos da modulação parassimpática. Na análise espectral foram calculados alta frequência (HF em unidades normalizadas) que corresponde a modulação respiratória e parassimpática sobre o coração e baixa frequência (LF em milissegundos) que representa modulação simpática e parassimpática, porém com o predomínio da simpática. Para comparar os dados dos grupos foi aplicado o teste t não pareado ou Mann-Whitney, de acordo com o pressuposto de normalidade. O nível de significância adotado foi de 5%.

Resultados: dados dos grupos eutrófico e obeso, respectivamente: idade (anos) = 10,0±1,46 e 9,7±1,26 (p=0,38); Média dos iRR (ms) = 709,85±95,44 e 655,75±1 65,62 (p=0,01); SDNN = 49,22±14,05 e 36,75±13,74 (p=0,0008); RMSSD = 43,01±17,36 e 29,0±13,41 (p=0,002); pNN50 = 23,33±17,27 e 10,58±11,7 (p=0,001); LF (ms) = 856,7±603,7 e 560,7±506,7 (p=0,01); HF (un) = 48,2±14,6 e 45,1±11,9 (p = 0,09).

Conclusão: Conclui-se que a obesidade, nessa faixa etária, aumenta a modulação cardíaca simpática e deprime a modulação parassimpática e global.

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