Introdução: A prevalência de comprometimento cognitivo leve (CCL) é maior em mulheres em relação aos homens. Uma das principais hipóteses presentes na literatura aponta que um dos mecanismos centrais responsáveis por esta associação é a queda da concentração de estrogênio que ocorre durante o climatério, uma vez que ele tem um papel neuroprotetor importante. Além do climatério, o sedentarismo e doenças crônicas não transmissíveis como hipertensão arterial (HA) e diabetes Mellitus (DM) também estão associadas ao CCL. O Objetivo deste trabalho foi verificar uma possível correlação entre a pressão arterial sistólica (PAS), a glicemia em jejum e o desempenho no exame cognitivo de Addenbrooke versão revisada, em mulheres no climatério ingressantes no projeto de extensão de atividade física para adultos da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto. Métodos: A PAS foi aferida com aparelho digital automático, a glicemia em jejum foi coletada através de exame de sangue laboratorial e o desempenho no exame cognitivo foi avaliado através do logaritmo da chance de CCL (LogCCL). Foi calculada a correlação de Spearman entre as variáveis descritas acima e o LogCCL. Resultados: A amostra foi composta por 36 mulheres, das quais 77,8% foram classificadas como normotensão, 5,6% como pré-hipertensão e 16,7% como HA. Quanto à glicemia em jejum, 69,4% foram classificadas como normoglicemia, 16,7% como risco aumentado para DM e 8,3% como DM estabelecido. O grau de associação entre a PAS e o LogCCL, e a glicemia em jejum e o LogCCL foram moderadas e significativas (r= -0,508; p=0,03) e (r= -0,501; p=0,04) respectivamente. Conclusão: os resultados demonstram que há uma associação negativa entre a PAS, a glicemia de jejum e o LogCCL, apresentando a relevância de políticas públicas sobre a HA, a DM e o desenvolvimento de CCL. Além disso, demonstra a importância da avaliação da função cognitiva no contexto da atividade física, uma vez que ela é um dos pilares do tratamento e prevenção das doenças supracitadas. Os resultados também expõem a necessidade da realização de estudos que investiguem se a melhora da capacidade física e desses marcadores resultam na melhora ou manutenção da função cognitiva em indivíduos com CCL.