Introdução: No atendimento ao Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnível do Segmento ST (IAMCSST) os tempos de atendimento e terapia de reperfusão têm impacto na sobrevida. Uma adequada classificação de risco deve auxiliar no atendimento mais precoce desta condição. Casos atípicos e outras circunstâncias podem dificultar a triagem e gerar atrasos na cadeia assistencial. Assim, este trabalho objetivou comparar os tempos de atendimento e estratégia de reperfusão de pacientes com IAMCSST conforme a classificação de risco à admissão. Métodos: Estudo descritivo, de corte transversal, derivado do Protocolo de Atendimento ao Infarto Agudo do Miocárdio (PIAM), que auxilia no manejo do IAMCSST das unidades pré-hospitalares e hospitalares de Salvador e região metropolitana. Foram avaliados os casos suspeitos de IAMCSST de 01/01/2021 a 31/12/2022, a classificação empregada de forma a agrupar os “prioritários - grupo 1” - vermelho e laranja - tempo de atendimento até 10 minutos) e “prioridade não-imediata - grupo 2” - amarelo e verde - tempo de atendimento entre 1 a 2 horas; terapias de reperfusão adotadas e tempos correlatos. As variáveis foram analisadas por frequência absoluta e mediana pelo SPSS, adotou-se significância estatística com p valor < 0,05. Resultados: Um total de 922 pacientes foi assistido pelo PIAM neste período, sendo 549 (59,54%) do sexo masculino e com idade média de 61,40 anos (+ 12,71), 596 (64,6%) hipertensos e 335 (36,3%) diabéticos. Em relação à classificação de risco, 651 (70,6%) foram identificados como prioridade não-imediata de atendimento. Dentre os 922, 697 pacientes receberam terapia de reperfusão em janela: 280 trombólises e 417 angioplastias primárias. A mediana do porta-ECG no grupo 1 foi de 17 min, vs 28min no grupo 2(p <0,01). A mediana do porta-agulha dentre os trombolísados no grupo 1 (93) foi de 1h42min vs 2h04min no grupo 2 (187) (p <0,01). O tempo porta-balão foi de 3:06h no grupo 1 (182) vs 03:53h no grupo 2 (466) (p <0,01). Foram registrados 124 (13,47%) óbitos na fase aguda. Conclusões: Comparando os tempos de atendimentos e estratégias de reperfusão dentre os grupos, foi possível perceber que as medianas de porta-ECG, porta-agulha e porta-balão foram significativamente menores no grupo 1. Dessa forma, evidencia-se a necessidade de sistematização e educação permanente dos que atuam na classificação de risco, bem como o emprego de protocolos que orientem ECG precoce independente do grupo de risco classificado.