Introdução: A utilização de troponina como marcador de prognóstico em pacientes com síncope ainda é controversa. No entanto, pode ser determinante na perspectiva de tratamento e internação. Métodos: Estudo prospectivo, multicêntrico e observacional com o objetivo de avaliar a relação entre a utilização de troponina ultrassensível com eventos combinados em síncope. Foram incluídos 433 pacientes. Análise estatística: Os eventos combinados incluíram: necessidade de implante de dispositivo cardíaco eletrônico implantável, acidente vascular encefálico, choque cardiogênico, parada cardiorrespiratória, bloqueio atrioventricular avançado, taquicardia ventricular, transplante cardíaco, morte e necessidade de revascularização miocárdica. A avaliação da troponina de acordo com a ocorrência ou não de eventos combinados intrahospitalares foi realizada através de teste-T (significativo p < 0,05).A análise multivariada dos fatores foi realizada por regressão logística.A análise complementar da troponina foi feita por curva ROC como discriminador de probabilidade de eventos combinados. Resultados: A mediana de idade foi de 65 anos, sendo 64,4% de pessoas do sexo masculino. Foram encontradas diferenças significativas entre pacientes que apresentaram ou não eventos combinados, respectivamente, no valor médio de troponina (142748,18 + 65762,23 vs. 11969,26 + 41011 ng/dl, p = 0,035. Na análise multivariada, troponina não apresentou correlação independente com eventos combinados. A área sob a curva ROC entre troponina e eventos foi 0,640 (0,521 - 0,759). O melhor ponto de corte para discriminar o risco de eventos foi 1120,0 ng/dl (sensibilidade de 29,4% e especificidade de 91%). Conclusão: A troponina ultrassensível mostrou correlação positiva, mas não independente na avaliação de prognóstico em síncope na população brasileira.