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Detecção precoce de cardite subclinica através de biomarcadores e ausculta digital.

Carlos Eduardo de Barros Branco, Alessandra Santos Lima Gazola, Marcelo Luiz Campos Vieira, Samar Freschi de Barros , Simone Santos, Carlos Augusto Homem de Magalhães Campos, Vitor Emer Egypto Rosa, Luiza Guilherme Guglielmi, Flavio Tarasoutchi , Roney Orismar Sampaio
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL, HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN - - SP - BRASIL

Uma melhor compreensão dos mecanismos fisiopatológicos da cardite reumática subclínica (CRSC), através da avaliação da resposta imune inflamatória e a detecção precoce através da ausculta digital podem ser úteis. O objetivo deste estudo é avaliar a prevalência de cardite reumática subclínica na região do Jardim Angela, analisar as citocinas inflamatórias (IL-6, IL-17, IFNγ e TNF-α) e anti-inflamatórias (IL-4 e IL-10) nos pacientes com cardite subclínica, além disso verificar se a triagem com ausculta digital pode ser uma alternativa mais acessível em relação a triagem ecocardiográfica. Foram avaliados 1030 indivíduos, entre 5 e 15 anos de idade, selecionados de forma aleatória na comunidade para ser submetidos a triagem ecocardiográfica segundo critérios da World Heart Federation. Os pacientes classificados como: positivo e borderline, e número proporcional de pacientes negativos (controle, CTR) foram submetidos a gravação e armazenamento da ausculta digital, e coleta de amostras de exame de sangue para análise de citocinas. A prevalência de CRSC foi de 0,87%, idade média de 9,67±2,82, maior incidência no sexo masculino (77,80%). Os indivíduos do grupo positivo apresentaram o dobro do número de amigdalites por ano (6,11±9,60; p=0,009) em relação ao grupo negativo. No grupo positivo houve elevação do TNF-α em relação ao grupo controle (p=0,006), no momento da avaliação inicial (T1), entretanto as demais citocinas não obtiveram diferença significativa, tanto na avaliação inicial quanto na reavaliação após 2 anos. No grupo borderline os níveis de TNF-α e IL-6 foram maiores em relação ao grupo controle, p=0,005 e p=0,028, respectivamente e a análise de correlação entre os níveis das citocinas TNF-α e IL-6 indicou a presença de correlação positiva (r=0,6807, p<0,0001). Observamos que os níveis de TNF-α persistiram maiores após 2 anos (T2),em relação ao grupo controle. Os níveis de IL-10 foram maiores no T2 em relação ao grupo CTR. A ausculta digital não resultou em ganho diagnóstico quando comparada ao ecocardiograma para detecção precoce de CRSC (p= 0,009).A prevalência de CRSC foi considerada elevada. Os pacientes com cardite reumática apresentam um número maior de amigdalites e vivem em ambiente com aglomeração domiciliar. A IL-6 e TNF-α estão elevadas no estágio inicial da cardite subclínica (borderline) e há correlação na elevação dessas citocinas; além de haver aumento IL-6 após 24 meses. O TNF-α está elevado no grupo positivo. A ausculta digital não é um método adequado para triagem da cardite subclínica.

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