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Análise do resultado cirúrgico de neonatos e lactentes portadores de coarctação de aorta.

Júlia Ferreira Rocha, Matheus Juyoung Kim, Camila Gomes, Jorge Emílio Elijach Jr., Gustavo Rocha Feitosa Santos, Morgana Boschi, Ayrton Bertini Jr., Célia Maria Camelo Silva
Hospital Geral de Pirajussara - Taboão da Serra - São Paulo - Brasil, UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL

Introdução: as cardiopatias congênitas (CC) ocorrem em 8 - 10/1000 nascidos vivos. A coarctação de aorta (CoA) e a síndrome da hipoplasia do coração esquerdo (SHCE), quando não diagnosticadas precocemente, são potencialmente fatais ou apresentam morbidade significativa,  como agravante estas são também as CC que mais comumente não são diagnosticadas antes da alta do berçário.

Objetivo: analisar em nosso serviço as crianças menores de 6 meses de vida admitidas com diagnóstico de coarctação de aorta, suas características clínicas, época do diagnóstico e evolução no pós-operatório.

Métodos: trata-se de um estudo observacional, retrospectivo e unicêntrico. 

Resultado: no período de maio de 2016 a abril de 2022, 774 crianças foram admitidas em nosso hospital para cirurgia cardíaca, 46 (5,9%) tinham o diagnóstico de  CoA. Destas,  30  eram do sexo masculino (65,21%). Sete (15%) apresentavam suspeita de síndrome genética. Dentre as lesões cardíacas associadas:  CIV - 26% (12/46), forâmen oval patente ou comunicação interatrial - 26% (12/46), hipoplasia de arco 13% (6/46), canal arterial (CA) pérvio 19% (9/46). A idade na admissão variou de 5 a 180 dias, mediana de 25,5 dias. O peso variou de 1,96 a 7,52 kg, média  de 3,47 kg. A idade dos pacientes (pts) na época da cirurgia variou de 8 a 245 dias, média de 54 dias. O tempo de alta para o hospital de origem variou de 3 a 36 dias, média de 10 dias. Nove tiveram  complicações importantes, sépsis = 3 (6,5%), insuficiência renal = 4 (8,6%), pneumonia = 1 (2,2%) e quilotórax = 1 (2,2%). Os pts foram divididos em dois grupos. Grupo I ptes que tiveram boa evolução e o Grupo II -ptes que  tiveram complicações graves e que evoluíram para óbito, os quais foram comparados. O Grupo I é constituído por 37 pacientes, os quais apresentaram mediana de idade de 20 x 30 dias no grupo II, hipoplasia de arco foi  2x  mais frequente no grupo II (22,2 x 11%), bem como síndrome genética associada ( 33 x 5,4%) e todos os pacientes do Grupo II tinham o canal arterial fechado x   75,4% no Grupo I.

Conclusão:  A manutenção do CA é fundamental para manter a estabilidade hemodinâmica nos pacientes com CoA. Além disso, o diagnóstico da CoA  pode ser retardado devido à fisiologia da circulação no período neonatal, e o teste do coraçãozinho pode falhar.

O diagnóstico pré-natal e pós-natal precoce melhoram as condições pré-operatórias e influenciam na evolução do pós-operatório e sobrevida após a cirurgia.

Por fim, síndrome genética associada pode contribuir para a piora do prognóstico.

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