Introdução: O uso de suporte circulatório mecânico em choque cardiogênico tem sido cada vez mais ampliado. Dados atuais na população brasileira são desconhecidos. Métodos: Trata-se de estudo prospectivo, multicêntrico e observacional com o objetivo de avaliar a utilização de suporte circulatório mecânico relacionado à mortalidade em pacientes com choque cardiogênico. Para tal, foram incluídos 850 pacientes com necessidade de inotrópicos entre o período de janeiro de 2.015 e 2.023. Os seguintes suportes foram analisados: balão intra-aórtico (BIA) e oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO). Análise estatística: A avaliação dos suportes de acordo com a ocorrência ou não de morte foi realizada através de Q-quadrado, sendo considerado significativo p < 0,05.A análise multivariada das etiologias foi realizada por regressão logística.Resultados: Cerca de 59,6% dos pacientes eram do sexo masculino e a idade média da amostra foi de 67 anos. A taxa de mortalidade intrahospitalar foi de 23,8%. 14 (1,6%) dos pacientes utilizaram ECMO e 93 (10,9%) utilizaram BIA. Na análise univariada, foram encontradas diferenças significativas entre pacientes que morreram ou não, respectivamente, relacionado ao uso de BIA (27,8% x 6,2%, p < 0,0001), mas não à ECMO (3,0% x 1,3%, p = 0,101). Na análise multivariada, somente uso de BIA manteve correlação significativa (OR = 0,183, CI: 0,114 – 0,293, p < 0,0001). Conclusão: A utilização de BIA serve como um marcador de gravidade em pacientes em choque cardiogênico, sendo associado à maior mortalidade.