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QUALIDADE SUBJETIVA DO SONO EM PACIENTES COM ANGINA REFRATÁRIA: IMPACTO DAS CARACTERÍSTICAS CLÍNICO- SOCIODEMOGRÁFICAS, DOR E QUALIDADE DE VIDA.

Matheus Santos Moitinho, Tallita Costa Reis, Bárbara dos Santos Sampaio Ferreira, Luiz Aparecido Bortolotto, Jurema da Silva Herbas Palomo, Sirlei Cristina da Silva, Luís Henrique Wolff Gowdak
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: Angina Refratária (AR) é uma condição clínica que impõe limitações que afetam a qualidade de vida dos pacientes, entretanto não se é bem conhecido o impacto desta na qualidade do sono. Objetivo: Avaliar a Qualidade do Sono (QS) em pacientes com AR em seguimento ambulatorial e a relação dos fatores clínico-sociodemográficos, da dor e da qualidade de vida. Métodos: Estudo transversal realizado por entrevista clínica e aplicação dos questionários de sono de Pittsburgh (PSQI), Angina de Seattle, Qualidade de Vida (SF-36) e Inventário Breve de Sintomas (BSI), em pacientes com AR em acompanhamento ambulatorial. Para as variáveis de continuidade, teste t-student, com correção de welch ou Mann-Whitney foram utilizados, assim como χ2 com correção de Yates ou Exato de Fisher para as categóricas. Para análise linear, correlação de Spearman e regressão linear multivariada, ajustada aos fatores de confusão, colinearidade e homoscedasticidade, adotando intervalo de confiança de 95% e valor de p<0,05. Resultados: De 148 pacientes recrutados, obteve-se uma amostra de 30 voluntários, predominando Qualidade do Sono (QS) ruim (77%/23). Houve associação significativa entre histórico familiar de Doença Arterial Coronariana e QS ruim (78%/18; χ2 Yates:3,94; gl:3; p=0,047). Os aspectos emocionais foram correlacionados negativamente com o domínio PSQI “disfunção diurna” [rho=-0,510; p=0,004]. Para a regressão linear multivariada, pacientes com três filhos ou menos, comparando aos sem filhos, deteram pontuações piores de QS [β-3filhos:8.70/P=0,012; β-2filhos:6.91/P=0,024; β-1filhos:8.44/P=0,012] e as religiões evangélica, católica ou outras obtiveram em média melhores valores do escore global, quando comparadas à espírita [β:-7.29/P=0.026; β:-7.29/P=0.044; β:-9.65/P=0.012], respectivamente. A cada unidade de variação de melhora no escore de qualidade de vida ou piora dos sintomas psicológicos pelo índice de gravidade global do BSI, modifica-se em média 0,095 e 0,172 pontos de piora para o PSQI global, ou seja, pior QS [β:0.094/P=0.019;β:0.172/P=0.016], respectivamente. Nota-se que  71% da variância dos dados foi explicada por este modelo preditivo [R2:0.712]. Conclusão: Pacientes ambulatoriais com AR são dormidores ruins. Houve associação entre  histórico familiar de doença arterial coronária e QS ruim. Os aspectos emocionais foram correlacionados negativamente com a disfunção diurna e a presença de filhos, religião espírita, qualidade de vida e índice geral de sintomas psicológicos foram variáveis preditoras independentes de pior QS.

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