Introdução: a doença arterial coronária (DAC) é uma das principais causas de morbidades e mortalidade no mundo. O infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento de ST (IAMCSSST) corresponde a 38% dos infartos nos Estados Unidos. A evidência de bloqueio de ramo direito (BRD) novo no contexto de sintomas isquêmicos deve levantar a suspeita de oclusão coronária crítica exigindo intervenção imediata. Pacientes com BRD novo e infarto apresentam maior mortalidade por todas as causas no seguimento de 30 dias em comparação com aqueles sem bloqueio de ramo, maior incidência de choque cardiogênico, maiores taxas de arritmia ventricular e de mortalidade a longo prazo. Relato de caso de paciente com objetivo de enfatizar a importância de estratificação invasiva precoce em vigência de BRD novo no IAMCSSST. Relato: paciente de 61 anos, sexo feminino, caucasiana, tabagista e etilista, apresentou dor torácica atípica procurou atendimento médico em unidade de emergência externa. Eletrocardiograma (ECG) evidenciou supradesnivelamento do segmento ST anterior extenso (Figura A). Realizado ataque de AAS e clopidogrel, trombólise com Alteplase, com delta T de 9h30 minutos, sem critérios de reperfusão. ECG evoluiu com BRD novo e manutenção de supradesnivelamento do segmento ST anterior extenso (Figura B). Admitida em hospital universitário e encaminhada para estratificação invasiva, que evidenciou artéria descendente anterior (ADA) com estenose de 70% em óstio e oclusão total em terço proximal (Figuras C e D). Realizada angioplastia de resgate (com delta T de 28h20 minutos) com 1 stent farmacológico em terço proximal de ADA e 1 stent farmacológico em terço distal de tronco de coronária esquerda junto a bifurcação de ADA com artéria circunflexa (Figuras E e F). Ecocardiograma com fração de ejeção de 20% com acinesias anterior médio-apical, septal anterior média, septal inferior média e septal apical. Recebeu alta hospitalar assintomática, com melhora do BRD no ECG e em uso de terapia medicamentosa otimizada.Conclusão: a terapia de revascularização em pacientes com BRD novo e sintomas isquêmicos deve ser considerada de forma precoce, pela correlação ao pior prognóstico com morbidade – principalmente Insuficiência Cardíaca como descrito nesse caso e mortalidade, ambas elevadas. É necessário a realização de mais estudos sobre BRD novo em pacientes com sintomas isquêmicos e sua associação com infarto agudo do miocárdio e DAC. Isto permitirá uma melhor compreensão das implicações do BRD transitório ou permanente do seu prognóstico, desfecho e manejo em pacientes com infarto.