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Validação Independente do Escore de Risco Brasileiro InsCor e Análises Temporais de Procedimentos Cirúrgicos Cardiovasculares (2003-2012 a 2013-2022)

Stella de Souza Vieira, Bianca Kajimoto Magalhães, Andressa Muzzo de Souza, Pedro Henrique Alconara Brito, Lilia Nigro Maia, Marcelo Arruda Nakazone, Mauricio Nassau Machado
FACULDADE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – FAMERP - - SP - BRASIL, UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL

Introdução: Os escores de risco em cirurgia cardíaca são usados para avaliar a probabilidade de um paciente apresentar complicações e/ou mortalidade no perioperatório. Avaliamos a calibração e a discriminação do escore brasileiro InsCor em uma validação independente, analisando ainda tendências temporais referentes a mudanças na precisão e utilidade desse modelo preditivo de risco ao longo do tempo (de 2003-2012 a 2013-2022).

Métodos: Foram incluídos 4.285 pacientes adultos consecutivamente submetidos a cirurgias cardíacas. O InsCor é um modelo preditivo utilizado nos cenários de revascularização miocárdica e/ou troca valvar cirúrgicas. Utiliza 10 variáveis e a sua pontuação varia de 0 a 30 pontos, definindo três categorias de risco de óbito: baixo risco (BR) = 4,4% [0 a 3 pontos]; risco intermediário (RI) = 8,8% [4 a 7 pontos]; e alto risco (AR) = 26,0% [≥ 8 pontos]. A discriminação do InsCor foi testada pela estatística C [área sob a curva receiver operating characteristic (ROC)] e sua calibração foi avaliada pelo teste de Hosmer‒Lemeshow.

Resultados: De acordo com o InsCor, aproximadamente 57%, 31% e 12% dos pacientes foram classificados como BR, RI e AR, respectivamente. A taxa de mortalidade padronizada [mortalidade observada dividida pela mortalidade predita (SMR)] foi de 0,88 [intervalo de confiança (IC) 95%, 0,22 – 1,98] para pacientes BR; 1,18 [IC 95%, 0,57 – 2,01] para pacientes RI e de 0,89 [IC 95%, 0,57 – 1,30] para pacientes com AR. A calibração do escore InsCor [χ2 Hosmer‒Lemeshow test (5) = 7,335; P > 0,05] e a discriminação foram razoáveis, com uma área sob a curva ROC de 0,73 (IC 95%, 0,70 - 0,75, P < 0,001). Analisando a tendência temporal (2003-2012 vs. 2013-2022), observamos que houve redução na proporção de pacientes classificados como de BR (62,0% vs. 50,1%; P < 0,001) e aumento na proporção de indivíduos com RI (27,7% vs. 35,3%; P < 0,001) e AR (10,3% vs. 14,7%; P < 0,001), ao comparar ambos os períodos. Apesar do aumento na gravidade do paciente, houve uma redução estatisticamente significativa de 55%, 27% e 39% na mortalidade do paciente nos três grupos de risco (BR = 4,9% vs. 2,2%, P < 0,001; RI = 11,97% vs. 8,75%, P = 0,033 e AR = 29,13% vs. 17,67%, P < 0,001); respectivamente.

Conclusões: Em nossa casuística, o InsCor apresenta calibração e discriminação razoáveis para predizer óbito após cirurgias cardíacas. Ao longo do tempo, apesar do aumento do risco dos pacientes, observa-se uma redução estatisticamente significativa de 55%, 27% e 39% na mortalidade dos pacientes pertencentes aos três grupos de risco.

 

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