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Dados de mundo real sobre controle de colesterol: análise de cerca de 20.000 pacientes em registros nacionais

Pedro G M de Barros e Silva, Henry Sznejder, Charlene Troiani, Rodrigo Pinto, Marcelo Nakazone, Ricardo Pavanello, Eduardo Ramacciotti, Renato Lopes
Cardiologia Americas - Sao Paulo - SP - Brasil, Hospital Samaritano Paulista - São Paulo - SP - Brasil, HOSPITAL DO CORAÇÃO - - SP - BRASIL

Introdução: O controle lipídico intensivo é parte fundamental da estratégia para redução do risco cardiovascular de pacientes em prevenção secundária. Tendo em vista que novas terapias e metas foram incorporadas nos últimos 5 anos, há necessidade de dados nacionais para avaliar padrões de controle do LDL-colesterol (LDL-C) e terapias utilizadas.  

Métodos: A atual avaliação incluiu duas fontes de dados: 1) foi realizada uma análise do nível de LDL-C em 17.894 indivíduos adultos com e sem doença aterotrombótica incluídos em uma base de dados de um sistema de saúde privado; 2) além dessa base de dados, avaliou-se o controle de LDL-C e as estratégias hipolipemiantes no registro NEAT, um estudo multicêntrico que incluiu 2.003 pacientes com doença arterial coronária (DAC) e periférica (DAP) em 25 centros das 5 regiões do Brasil de 09/20 a 03/22.  As características dos pacientes, o uso concomitante de medicamentos e os desfechos clínicos foram avaliados.    

Resultados: Dentre os 17.894 indivíduos analisados na base de dados de um sistema de saúde privado, 2319 (12,9%; IC 95% 12,4-13,4%) tinham doença aterotrombótica; no grupo prevenção primária, apenas 37,4% (IC 95% 36,6-38,1%) tinham LDL-C < 100 mg/dL enquanto nos pacientes em prevenção secundária (com doença aterotrombótica), apenas 21,4% tinham LDL-C < 50mg/dL (IC 95% 19,7%-23,1%). Numa amostra mais recente de pacientes com doença aterotrombótica (NEAT), 5,0% (IC 95% 4,1%-6,1%) não faziam uso de estatinas e 55,5% (IC 95% 53,3%-57,7%) destes pacientes em uso de estatinas, não faziam uso de terapia com estatina de alta intensidade. Apenas 12,4% (IC95% 10,4%-14,4%) usavam ezetimibe sem uso relevante de outras terapias hipolipemiantes. Na avaliação laboratorial basal, 38,9% (IC 95% 35,4-42,4%) e 14,8% (IC 95% 12,3-17,4%) dos pacientes com exame de colesterol apresentavam LDL-colesterol < 70 e 50 mg/dl, respectivamente. Em 43,4% dos casos de não adesão ao uso de estatina de alta intensidade, a justificativa era de que o médico não considerava que havia indicação para o paciente. Na comparação entre paciente com DAC e DAP, o uso de estatina (97.6% vs. 89.1%; P< 0,01), estatina de alta intensidade (50.9% vs.23.4%; P< 0,01) e o percentual de pacientes com LDL-C < 50mg/dL (20,1% vs. 6,7%; P < 0,01) foram significativamente piores no grupo DAP.

Conclusões: Apesar das evidências favoráveis para redução intensiva do colesterol,  a avaliação de dois registros nacionais totalizando cerca de 20.000 indivíduos mostrou em ambos que tais evidências ainda não foram incorporadas de forma de adequada na prática clínica.

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