1- Fundamentos: Os distúrbios da condução intraventricular causam retardos regionais e ou globais da contração miocárdica alterando a relação harmônica entre sístole e diástole ventricular. A análise vetorcardiográfica detalha a inscrição dos atrasos elétricos no espaço e explora as razões fisiopatológicas dos prejuízos mecânicos. Objetivos: Estudar as temporizações eletromecânicas das fases do ciclo cardíaco em diferentes padrões de ativação ventricular e seus efeitos na sincronia interventricular e intraventricular esquerda. Métodos: Estudo transversal incluiu 328 indivíduos sem cardiopatia estrutural em 5 padrões eletrocardiográficos (NORMAL,BDAS,BRD,BRD+BDAS e BRE). As variáveis ecocardiográficas específicas do estudo foram dirigidas à análise do ciclo cardíaco e as vetorcardiográficas, obtidas pelo método de Kors, focadas na decomposição das alças entre dois complexos QRS consecutivos. As variáveis analisadas com p-valor<0,05 foram estatisticamente significantes. Resultados: A idade média foi 64,8 ± 15,3 anos, sexo masculino em 57,9% e fração de ejeção do VE de 67,0 ± 6,8%. Foi verificado que os distúrbios da condução provocaram alterações no ciclo cardíaco quando comparados ao normal. O intervalo de pré-ejeção do VE aumentou em média 8,5% no grupo BDAS (p=0,178), 18,7% no BRD+BDAS (<0,001) e 56,8% no BRE (P<0,001). A pré-ejeção do VD aumentou em 45,5 % no grupo BRD+BDAS, em 38,5% no grupo BRD, em 9,3 % no grupo BDAS e 7,6 % no grupo BRE (p<0,001).Conclusão: Os bloqueios intraventriculares lentificam global ou regionalmente as alças vetorcardiográficas do complexo QRST, geram padrões de dissincronia inter e ou intraventricular, e prolongam a sístole no ciclo cardíaco as custas de um maior intervalo pré ejetivo.