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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Treinamento físico restaura a função vascular e a capacidade física em sobreviventes de Linfoma de Hodgkin

Luciana de Souza Santos, Marília Rarumi Higuchi dos Santos, Marcelo Vailati Negrão, Edgar Toschi Dias, Camila Jordão Paixão, Natali Schiavo Giannetti, Maria Janieire Nunes Alves, Ludhmila Abrahão Hajjar, Roberto Kalil Filho, Carlos Eduardo Negrão
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Objetivos: Pacientes com Linfoma de Hodgkin (LH) são submetidos ao protocolo ABVD (Adriamicina, Bleomicina, Vinblastina e Dacarbazina), frequentemente associado à radioterapia mediastinal. Sabe-se que esses tratamentos podem causar agressão ao coração. No entanto, o impacto desses tratamentos na função vascular e na capacidade física ainda não está esclarecido. Neste estudo, nós testamos a hipótese de que a função vascular e a capacidade física estão diminuídas em sobreviventes de LH e que o treinamento físico restaura esses parâmetros fisiológicos. 

Métodos: Sobreviventes de LH, submetidos à quimioterapia com protocolo ABVD e radioterapia mediastinal há 5 anos ou mais, idade >18 anos, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, foram consecutivamente incluídos no estudo (n=20). Um grupo de indivíduos saudáveis (S) pareados por idade também foi incluído no estudo (n=10). Resultados: O consumo de oxigênio de pico (VO2 pico) foi menor no grupo LH quando comparado ao grupo S (26,5±2,1 vs. 34,4±2,3 mL/kg/min, p=0,027). Os níveis de fluxo sanguíneo muscular (FSM) durante o estresse mental foram significativamente menores no grupo LH (interação, p=0,021), o que sugere uma alteração na função endotelial nesses sobreviventes. Os valores de peptídeo natriurético do tipo-B (BNP) (76±10 vs. 36±34 pg/mL, p=0,023) e a frequência cardíaca mínima ao longo de 24h (54±2,4 vs. 47±0,6 bpm, p=0,042) foram maiores nos sobreviventes de LH. Na continuidade do estudo, os sobreviventes de LH foram aleatoriamente divididos em dois grupos: 1) treinado (LHT=7) e sedentário (LHS=10). O treinamento físico de intensidade moderada aumentou o VO2 pico (intragrupo, 32,5±10,1 vs. 29,3±9,7 mL/kg/min, p=0,022; intergrupos 32,5±10,1 vs. 24,6±9,2 mL/kg/min, p=0,017) e diminuiu a FC de repouso (intragrupo 72 ± 10,58 vs. 66 ± 9,5 bpm, p=0,039). O treinamento físico aumentou os níveis de FSM durante o estresse mental (interação, p=0,009). Essa adaptação provocada pelo treinamento físico foi tão significativa que a diferença de FSM durante o estresse mental entre os sobreviventes de LH e os indivíduos S não foi mais verificada. O treinamento físico diminuiu os níveis de BNP (intragrupo 50±144 vs. 69±13 pg/mL, p=0,010; intergrupo 50±144 vs. 112±83 pg/mL, p=0,014).  Conclusão: Sobreviventes de LH apresentam capacidade física reduzida e função vascular endotélio-dependente diminuída. O treinamento físico restaura ambos a capacidade física e a função vascular em sobreviventes de LH.

 

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