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ENDOCARDITE COM GRANDE VEGETAÇÃO POR HAEMOPHILUS PARAINFLUENZAE - RELATO DE CASO

Flávia Rennó Troiani, Julia Galvani Nobre Ferraz, Karolyne Moura Rique de Oliveira, Guilherme D Andrea Saba Arruda, Rafael Domiciano, Andreia Dias Jeronimo, André Feldman, Vinícius Santiago, Luiz Felipe Porrio de Andrade, Suzy Macedo Fraulob
São Luiz Rede D'or Anália Franco - São Paulo - SP - Brasil

ENDOCARDITE COM GRANDE VEGETAÇÃO POR HAEMOPHILUS PARAINFLUENZAE - RELATO DE CASO

 

Introdução: Endocardite Infecciosa (EI) é uma doença grave, cuja mortalidade é de cerca de 25%, e em 35% dos casos há necessidade de abordagem cirúrgica. Os microorganismos do grupo HACEK correspondem a 3-5% dos casos de EI. Apresentamos um caso de EI por Haemophilus parainfluenzae com necessidade de troca valvar.

Relato de caso

Paciente do sexo masculino, 26 anos, antecedente de epilepsia e cirurgia de seios nasais há seis meses. Negava etilismo, tabagismo ou uso de drogas injetáveis. Admitido com quadro de febre alta, cefaleia, mialgia e letargia. Inicialmente com abertura de protocolo sepse e administração de antibioticoterapia empírica (ampicilina + sulbactam) para broncopneumonia. Exames complementares afastaram infecção de origem central, urinária e abdominal. Paciente manteve persistência da febre e piora clínica e necessidade de aminas vasoativas. Exame físico com lesões de Janeway, febre ≥ 38ºC e sopro em foco mitral. Realizado ecocardiograma transtorácico com complementação transesofágica, sendo detectados em valva mitral espessamento da cúspide posterior, refluxo moderado e imagem filamentar aderida à sua face atrial, com movimento aleatório, de 24x20mm e outro componente móvel próximo ao apêndice atrial esquerdo de 17x14mm, sugestivo de abscesso valvar. No 10º dia de internação houve crescimento de Haemophilus parainfluenza em 2 amostras de hemocultura com ajuste antimicrobiano para Ceftriaxone. Critérios de Duke avaliados: 2 maiores e 3 menores. Indicada troca valvar mitral devido ao tamanho das vegetações e à presença sugestiva de abscesso valvar. Realizada troca valvar mitral biológica n-29. Pós-operatório sem intercorrências. Mantida antibioticoterapia por 6 semanas.

 

Discussão

A H. parainfluenzae é uma bactéria envolvida principalmente em infecções genitais e do trato urinário e, em casos raros, em endocardite (0,5-1% dos casos). Existem poucos casos descritos de EI com grandes vegetações relacionadas a este microorganismo. Costuma acometer homens jovens, sem fatores de risco associados e o quadro clínico é inespecífico e arrastado, postergando o diagnóstico.

Conclusão

O caso relatado reafirma a necessidade de persistência em identificar o agente etiológico das endocardites, sempre o mais rápido possível, para adequação do tratamento e diminuição da morbimortalidade associada à EI.

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