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Impacto da pandemia de COVID-19 nos exames cardiológicos no Brasil: uma análise do SUS e da medicina suplementar

Flávia Pires Almeida, Gustavo Senzaki, Vinicius Ruiz Uemoto, Lucas Costa, Renata Valeri de Freitas, Fausto Feres, Tiago Senra
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

Introdução: a pandemia de COVID-19 ocasionou grande impacto no sistema de saúde brasileiro. Além da sobrecarga de pacientes infectados pelo virus, o risco de contaminação obrigou múltiplos serviços de saúde a interromper ou reduzir drasticamente a oferta de exames diagnósticos em cardiologia. O objetivo desse estudo foi avaliar o impacto da pandemia sobre a realização de exames cardiológicos no Sistema Único de Saúde (SUS) e na saúde suplementar.

Métodos: coletamos dados referentes aos exames de teste ergométrico, ecocardiograma (repouso e estresse; transtorácico e transesofágico), cintilografia (perfusão de estresse e repouso; avaliação de necrose; viabilidade), cineangiocoronariografia e ressonância magnética cardíaca realizados nos anos de 2019 e 2020 no SUS e no sistema suplementar (mesmos métodos acrescidos de tomografia para escore de cálcio e angiotomografia coronariana) em pacientes internados e ambulatoriais. Os dados foram coletados online a partir do DATASUS e da plataforma da Agência Nacional de Saúde (ANS) e os anos de 2019 e 2020 foram comparados.

Resultados: No ano de 2019, foram realizados no Brasil 10.647.379 exames diagnósticos cardiológicos no SUS e no sistema suplementar no Brasil; já no ano 2020, foram apenas 8.315.215 - redução de 2.332.164 exames ou queda de 21,9% em relação ao ano anterior. No SUS, a redução no número de exames foi de 781.529 (24,4%) no comparativo entre os dois anos; já na saúde suplementar, a queda foi de 1.550.635 exames (20,8%). Na análise nacional por método diagnóstico, observamos comportamento heterogêneo ao longo do biênio 2019/2020:  teste ergométrico apresentou queda relativa de 28,1%, ecocardiograma 19%, cintilografia miocárdica 26,7% e cineangiocoronariografia 16,5%; já a ressonância magnética cardíaca apresentou aumento de 5% no período. Tendências heterogêneas também foram observadas na comparação entre os exames realizados no SUS e na saúde suplementar ao longo do período de análise. Dados de tomografia cardíaca (disponíveis somente na saúde suplementar) mostraram aumento de 36,7 mil exames em 2019 para 47,1 mil exames em 202 (aumento de 28,4%).

Conclusões: a pandemia de COVID-19 ocasionou alteração importante na estratégia de investigação diagnóstica entre pacientes cardiológicos no Brasil no ano de 2020, com redução significativa no número de exames no SUS e na saúde suplementar e impacto heterogêneo conforme a modalidade diagnóstica. Esses resultados podem contribuir para o planejamento de ações no âmbito público e privado voltadas para a melhoria na investigação cardiológica nos próximos anos.

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