Introdução: Sabe-se que a distribuição da gordura corporal é um importante indicador de risco para doenças cardiovasculares e metabólicas. A ultrassonografia é considerada um método com boa acurácia e com menores riscos, comparada à tomografia computadorizada, considerada padrão ouro, para determinação da espessura do tecido adiposo subcutâneo. Considerando os diferentes tipos de distribuição de gordura corporal e a influência do avaliador na determinação desta medida, se faz necessário a investigação de uma avaliação mais abrangente da adiposidade subcutânea abdominal. Objetivo: Verificar a confiabilidade intra-avaliador da medida da espessura do tecido subcutâneo supra e infra abdominal. Métodos: Foram avaliados 21 participantes (12 mulheres e 9 homens), com idade entre 20 e 40 anos (26±5 anos), massa corporal 70±15,64 e estatura 1,70±0,1 (índice de massa corporal 24,10±4,05). Os participantes foram submetidos a dois dias de avaliação da espessura do tecido subcutâneo, com diferença de sete dias entre as avaliações, por meio do ultrassom (Ultrasound GE Healthcare Venue 40®). As medidas foram realizadas usando um transdutor linear com frequência de 12 MHz, posicionado transversalmente um centímetro acima e um centímetro abaixo da cicatriz umbilical. As avaliações foram realizadas sempre pelo mesmo avaliador. A confiabilidade intra-avaliador foi avaliada por meio do coeficiente de correlação intraclasse (CCI). A classificação do CCI foi considerada sendo baixa correlação (< 0,50), moderada (0,50–0,75), boa (0,75–0,90) e excelente (> 0,90). O nível de significância estatística foi definido com p < 0,05. Resultados: O CCI supra abdominal foi de 0,92 (Intervalo de Confiança (95%) = 0,81-0,97, p˂0,001). Já o CCI infra abdominal foi de 0,97 (Intervalo de Confiança (95%) = 0,90-0,99, p˂0.001). Conclusões: A confiabilidade da medida da espessura do tecido adipososupra e infra abdominal foi considerada muito alta. Os resultados sugerem que a avaliação ultrassonográfica pode ser uma boa opção para medida da camada adiposa subcutânea abdominal, em adultos jovens.
Suporte: CAPES e FAPESP.
Palavras:-chave obesidade; gordura subcutânea abdominal; composição corporal; ultra-sonografia; confiabilidade.