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SARS-CoV-2 e efeitos tardios sobre parâmetros autonômicos cardiovasculares

Ana Catarine Veiga, Naiara Chinellato, Anna Júlia de Lima Landucci, Julia Spigolon de Paula, Alana Marcela Azarias Severino, Giulia Vitoria Andrade, Maria Eduarda Beraldo Lodder, João Pedro Passaglia, Hugo Celso Dutra de Souza
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - Ribeirão Preto - SP - BRASIL

Introdução: Mais conhecida como COVID-19, a Síndrome Respiratória Aguda Grave por Coronavírus 2 (SARS-CoV-2) provoca inflamação sistêmica com diferentes níveis de gravidade e acometimentos secundários e tardios. Entre os possíveis desfechos, suspeita-se da ocorrência de prejuízos autonômicos, os quais podem comprometer a homeostase cardiovascular, aumentando a susceptibilidade ao desenvolvimento e/ou agravamento de doenças cardiovasculares. Objetivo: Investigar os efeitos tardios sobre parâmetros autonômicos cardiovasculares, com ênfase na modulação autonômica cardiovascular e na sensibilidade barorreflexa. Métodos: 50 homens (35 a 45 anos) sedentários, não pertencentes aos grupos de risco para desfechos adversos da COVID-19 foram divididos em dois grupos: grupo acometido pela COVID-19 há mais de 6 meses, e que tinham desenvolvido a forma leve da doença (N=22); e grupo controle (N=28) assintomático. Todos os participantes foram submetidos aos seguintes procedimentos experimentais: avaliação antropométrica; registro dos parâmetros hemodinâmicos; avaliação da aptidão cardiorrespiratória por meio do teste cardiopulmonar; análise da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e pressão arterial (VPA); e avaliação da sensibilidade barorreflexa espontânea (SBR). Resultados: Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos em relação às características antropométricas e aos parâmetros hemodinâmicos. No entanto, o grupo COVID apresentou maior VO2pico (32 ± 5 vs. 36.6 ± 1.7 - p<0,001). Quanto à avaliação da VFC, a análise linear não mostrou diferenças entre os grupos, enquanto na análise não-linear (análise simbólica) observamos que o grupo COVID obteve maiores valores em 2V (41 ± 3.5 vs. 25 ± 2.6 ms2 - p<0,001) indicando uma maior modulação vagal. Quanto à VPA, observamos que o grupo COVID teve maior variância (29 ± 13 vs. 19 ± 12 mmHg2- p=0,009). Por outro lado, a avaliação da SBR mostrou que o grupo COVID apresentou menores valores no índice de efetividade barorreflexa (0.45 ± 0.04 vs. 0.64 ± 0.14 ms/mmHg- p<0,001) e número de rampas (71 ± 9 vs. 85 ± 16 - p<0,001), além da redução na sensibilidade barorreflexa para as respostas bradicárdicas (12.2 ± 1.4 vs. 13.4 ± 0.6 - p<0,001). Conclusão: Os resultados sugerem que a infecção por SARS-CoV-2 não causa impactos na modulação autonômica da frequência cardíaca; no entanto, promoveu um aumento na variância total da VPA e redução na SBR espontânea. (Processo FAPESP 2022/02006-5).

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