Introdução: As doenças cardiovasculares (DCVs) são as principais causas de morte prematura e de incapacidade crônica em todo mundo. Porém, essa realidade pode ser modificada através do enfrentamento dos fatores de risco, entre eles o sedentarismo. Nesse sentido, a implementação de programas de exercícios físicos se mostra como importante ferramenta não farmacológica na prevenção e controle desses fatores de risco. Para isso, é essencial a realização de uma prescrição bem definida e personalizada, através de uma avaliação funcional por meio do teste cardiopulmonar de exercício (TCPE) e de força, com o teste de uma repetição máxima (1RM). Objetivo: Avaliar os efeitos do treinamento físico de 12 semanas sobre a capacidade funcional e força muscular periférica de indivíduos com fator de risco para DCVs. Métodos: Estudo experimental, longitudinal, prospectivo com amostra por conveniência, aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa/Faculdade de Medicina/HUCFF/ UFRJ. Foram recrutados homens e mulheres, distribuídos entre dois grupos: treinados (n=9) e controle (n=9), com idade média de 52,17±10,09 anos e que apresentavam um ou mais fatores de risco para DCVs. Os voluntários foram submetidos a uma avaliação inicial e uma avaliação funcional, através da realização do TCPE e do teste de 1RM, com intervalo de 48 horas entre os testes. Mediante as avaliações, foi implementado o treinamento combinado (TC) associando exercícios aeróbicos e exercícios de força, realizados com uma frequência de 2 vezes na semana, durante 3 meses. Após intervenção, ambos os grupos foram reavaliados, com a execução do teste de 1 RM apenas para o grupo treinado. Resultados: Foram encontradas diferenças significativas nas variáveis: tempo (s)-467,33±212,45 vs 580,0± 213,81, carga (w)-91,11±35,42 vs 108,89±35,42, Ventilação (L/min) - 28,22±10,27 vs 34,34 ±8,58, VO2 (L)-1,21 ±0,46 vs 1,24 ±0,30, VCO2 (L)- 1,19± 0,46 vs 1,48 ±0,45, quociente respiratório (RQ)-0,98 ± 0,08 vs 1,18 ± 0,13† e FeCO2 (%) - 4,30 ± 0,68 vs 4,29 ± 0,61 no TCPE, para os grupos treinados e controle. Com relação ao teste de 1 RM, após 12 semanas foi observada diferença significativa na força muscular periférica tanto para o agachamento quanto para a puxada aberta no pulley para o grupo treinado. Conclusão: O TC de 12 semanas promoveu melhora na capacidade funcional e ganhos na força muscular periférica em indivíduos com fatores de risco para DCVs.