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A CONSULTA DE ENFERMAGEM COMO ESTRATÉGIA DE CUIDADO ÀS PESSOAS COM DOENÇA ARTERIAL CORONÁRIA: AVALIAÇÃO DE RESULTADOS EM SAÚDE

Maria Clara M M Goncalves, Thainara Sousa, Aline T A da Silva, Marilia E Cornélio, Roberta C M Rodrigues, Thaís M São-João
FACULDADE DE ENFERMAGEM - UNICAMP - CAMPINAS - SÃO PAULO - BRASIL, COLLEGE OF NURSING - UNIVERSITY OF RHODE ISLAND - KINGSTON - RHODE ISLAND - EUA

Introdução: A Doença Arterial Coronária (DAC) se destaca por sua complexidade, cronicidade e elevada mortalidade. Seu seguimento e controle em nível secundário são melhores quando há cuidado interprofissional. No entanto, são escassas as evidências sobre a Consulta de Enfermagem (CE) para pessoas com DAC. A CE é uma estratégia do cuidado, considerada uma Prática Avançada de Enfermagem, e é uma ferramenta eficaz para auxiliar a pessoa a manejar sua saúde e controlar fatores de risco modificáveis. A CE ofertada neste estudo foi desenvolvida em 1995 com base no Processo de Enfermagem de Wanda Horta, e desde então passou por atualizações e melhorias. Objetivos: Compreender o desenvolvimento e aplicação de uma CE para DAC e sua relação com resultados de saúde. Método: O estudo contou com as fases: (1) qualitativa, para compreender a CE para DAC, seu contexto e aplicação; e (2) quantitativa, para avaliar a CE diante de desfechos clínicos, psicossociais e sociodemográficos. Por definição do serviço, os pacientes que recebem esta CE são advindos de encaminhamento médico, por sua gravidade e baixa adesão ao tratamento como um todo. Foram conduzidas análises descritivas e de correlação, com nível de significância de 5%. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética local (CAAE:51658221.0.0000.5404). Resultados: A CE conta com nove etapas (abordagem inicial, avaliação da resolutividade das intervenções anteriores e da adesão aos comportamentos relacionados aos fatores de risco; avaliação e discussão dos resultados de exames laboratoriais e de imagem, abordagem dos aspectos socioafetivos; exame físico direcionado; estabelecimento de metas junto ao paciente; discussão interdisciplinar e encerramento). A amostra (n=24) foi composta pelo sexo masculino, brancos, hipertensos, diabéticos, dislipidêmicos e ex-tabagistas, vivendo com companheiro, com 66 anos e baixas renda e escolaridade (6,5 anos). A maioria tinha sobrepeso, com circunferência abdominal segura para o sexo masculino (99 cm) e aumentada para o feminino (95 cm). Baixos níveis de atividade física (9,7(10,7), autocuidado e aptidão cardiometabólica (5 METs) foram observados; e 70,8% tinham potencial de não adesão ao regime terapêutico. Ainda assim, atingiram as metas estabelecidas para colesterol total (136,7(24) mg/dl), triglicérides (119,2(40,3) mg/dl), controles pressórico (125,7/68,4 mmHg) e glicêmico (A1c=8,1(2,3)%). Conclusão: Estes resultados informarão o desenvolvimento de intervenções de enfermagem com vistas a promover melhores resultados de saúde para pessoas com DAC em seguimento via CE.

 

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