Hipertensão refratária (HR) está presente em 11,7% da população brasileira e associa-se a causas não endócrinas, como estenose de artéria renal e ingestão de medicamentos, e causas endócrinas, como hiperaldosteronismo primário. Este corresponde à principal etiologia de HR, sendo menos prevalente quando secundário ao aumento de produção de polipeptídeos, bradicinina e histamina, como ocorre nos tumores carcinóides. Relato de caso: Paciente idosa, sexo feminino, ex – tabagista, portadora de hipertensão arterial sistêmica refratária e diagnóstico recente de insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida, com múltiplas internações decorrentes de emergência hipertensiva associada a edema agudo de pulmão. Durante investigação complementar, detectado nódulo pulmonar em lobo inferior direito, de crescimento lento nos últimos anos, com secreção de elevados níveis de cromogranina A. Submetida à investigação com PET CT com análogos de somatostatina (PET CT DOTATATE), que evidenciou elevada captação, como ocorre nos tumores carcinoides. Iniciado tratamento para tumores neuroendócrinos com Sandostatin, associado a radioterapia devido a compressão extrínseca do brônquio segmentar inferior direito, evoluindo com melhora pressórica e estabilidade hemodinâmica sem necessidade de droga vasoativa após início do tratamento oncológico. Discussão: Tumores carcinóides são raros, geralmente indolentes, com diagnóstico difícil e tardio, quando o paciente já encontra-se em crise carcinóide. São localizados mais frequente no trato gastrointestinal (80%), tendo maior risco de crise carcinóide em relação aos demais 20% dos tumores, que podem estar presente no trato respiratório. Conclusão: O diagnóstico de HR secundário ao tumor carcinóide é raro, não sendo compilado nas diretrizes brasileira e européia na investigação da etiologia da hipertensão refratária e devido a sua baixa prevalência e diagnóstico tardia, agrega um aumento da morbimortalidade do paciente.