Introdução: A parada cardiorrespiratória está relacionada à grande mortalidade. O manejo inicial da PCR envolve a ressuscitação cardiopulmonar (RCP). A qualidade da RCP depende de diversos fatores, como a fadiga do socorrista.
Objetivo: verificar a dinâmica da resposta metabólica de universitários durante dois modelos de manobras de RCP em manequins.
Métodos: 41 universitários voluntários (23.9 ± 2.3 anos), de ambos os sexos, realizaram simulação de RCP em Manequim de Treinamento (Little Anne, Leardal). As avaliações ocorreram em dois dias não consecutivos, com um sistema de 30 compressões para 2 ventilações (30:2) por dois minutos, recuperando no mesmo tempo (protocolo 30:2/2’), no primeiro dia. No segundo dia, compressões de modo contínuo, sem pausa (protocolo CCO). Simultaneamente, avaliou-se a resposta metabólica durante a RCP através do analisador metabólico portátil K5 (Cosmed).
Resultados: em ambos os protocolos de RCP o consumo de oxigênio (VO2) variou entre 10 e 20 ml/kg/min para ambos os sexos, com maior aumento no sexo feminino após os 840 segundos no protocolo CCO. O sexo feminino apresentou maiores valores do quociente respiratório (RQ), sendo que no protocolo 30:2/2’ em todos os momentos da RCP a intensidade foi vigorosa (RQ>1,0). Ademais, no protocolo CCO, após 480 e 720 segundos para mulheres e homens, respectivamente, verificou-se maior demanda oxidativa no metabolismo energético, com menor Volume Expirado. A percepção de esforço muscular foi a que mais aumentou, principalmente a partir do 4º minuto. Houve alterações na eficiência da RCP em ambos os protocolos.
Conclusão: Durante a RCP, ocorre um aumento da ordem de seis vezes no metabolismo quando comparado com o repouso, atingindo intensidades moderadas para os homens e em alguns momentos vigorosa nas mulheres. A fadiga muscular foi o componente mais determinante na RCP. Portanto, para realizar RCP com qualidade, é preciso além de bom treinamento, ter condicionamento físico e cardiorrespiratório para melhor desempenho da manobra.