Objetivos: avaliar a prevalência da FA silenciosa em idosos com cardiopatias de diferentes etiologias, matriculados em de hospital terciário, e sua associação com a ocorrência de FA permanente.
Métodos: Sub-estudo do SILENT-estudo prospectivo, randomizado e unicêntrico- que incluiu portadores de dispositivo cardíaco eletrônico implantável (DCEI), em ritmo sinusal (sem FA prévia) e com escore CHADS2≥2 para comparar os resultados da terapêutica da FA subclínica. Nesse sub-estudo foram incluídos pacientes com, no mínimo, 5 anos de seguimento. Os desfechos clínicos foram: 1- taxa de FA silenciosa, definida como a forma paroxística e assintomática da arritmia, com duração superior a 6 minutos, detectada exclusivamente pelo DCEI; 2- Ocorrência de FA permanente. A análise estatística constou de teste T de Student e Qui Quadrado, conforme tipo de variável, e regressão logística. Valor de P<0,05 foi considerado significativo.
Resultados: Foram selecionados 263 pacientes do SILENT, sendo 106 do sexo masculino com idade média de 74 anos, sendo que as cardiomiopatias mais prevalentes foram chagásica (19,4%), hipertensiva (18,6%) e isquêmica (14,1%). A prevalência de FA silenciosa foi de 20,2% e a taxa de ocorrência de FA permanente foi de 7,6%. O fator preditor independente de ocorrência de FA permanente foi presença de FA silenciosa (OR: 4,84; IC95%-1,78-13,15; p=0.002). A tabela demonstra os achados das análises estatísticas
Conclusões: A prevalência de FA silenciosa em cardiopatas idosos de hospital terciário, em seguimento prolongado, foi aproximadamente 8 vezes superior a média da população geral; e presença de FA silenciosa aumenta em 5 vezes a chance de ocorrência de FA permanente.